Mais multilateral, priorizando União Europeia, Japão, Índia, Coréia do Sul, Canadá, Reino Unido e Austrália como aliados, o democrata terá como foco a diplomacia e a inteligência.
Para Biden, a utilização dos aliados em uma abordagem multilateral trará mais benefícios, pois essa coordenação terá mais credibilidade perante a comunidade internacional. Por outro lado, ele perderá o lado imprevisível de Trump, que tomava decisões e as anunciava pelo Twitter, causando surpresa em Pequim, e às vezes também na Casa Branca.
Na estratégia do novo chefe de Estado, as sanções continuarão, mas com um foco primordial em restrições visando indivíduos, na linha de “violação de Direitos Humanos”. Trump costumava visar mais as empresas, na linha de “ameaça a Segurança Nacional”.
Além disso, o financiamento para ciber operações, tanto defensivas quanto ofensivas, deverá aumentar consideravelmente, já que esse foco não se encaixa apenas em relação à China, mas visa também Rússia e Irã.
Para o público em geral, Biden passará a imagem de que pouco faz em relação à China. Usar fóruns multilaterais para denunciar pontos específicos contra Pequim será comum. Ao contrário do republicano, onde o público em geral acompanhava em tempo real quase tudo que ele pretendia fazer contra a China, o democrata será mais discreto nesse ponto.
As redes sociais certamente terão uma percepção de inação, mas o que de fato irá ocorrer é uma volta à forma clássica de colocar pressão em cima de um país. Isso, a China teme mais, pois se o fator surpresa de Trump irá desaparecer, a força da abordagem conjunta com outros aliados poderá causar mais danos à Pequim.