Ana Cristina Dib
Brasília – A secretária-executiva do Ministério da Indústria, Comércio Exterior Serviços (MDIC), Yana Dumaresq, destacou as oportunidades de negócios em serviços entre o Brasil e União Europeia em evento em São Paulo. Segundo ela, a UE é o principal mercado de destino das exportações brasileiras de serviços e também o principal mercado fornecedor das importações brasileiras de serviços.
A secretária-executiva do Ministério foi uma das palestrantes de seminário realizado na última sexta-feira (11), na Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), que debateu os negócios no setor de Comércio e Serviços entre Mercosul e União Europeia.
De acordo com informações do Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços e Intangíveis (Siscoserv), entre os dez principais destinos de exportações brasileiras de serviços no mundo, cinco são para países da União Europeia. “Com um mercado de serviços de aproximadamente US$12,6 trilhões, há ainda muito espaço na UE que pode ser aproveitado por setores de serviços competitivos da economia brasileira, como é o caso dos serviços bancários, serviços de informática, arquitetura e engenharia”, afirmou representante do MDIC.
Dumaresq ressaltou ainda que, apesar do fluxo de comércio e serviços serem expressivos para o Brasil, o comércio bilateral precisa avançar em números. “Em 2016, o Brasil vendeu para a União Europeia cerca de US$ 6 bilhões, e adquiriu do mesmo bloco regional mais de US$ 22 bilhões, resultando em um considerável déficit para o Brasil, da ordem de US$ 15,9 bilhões”, lembrou.
A secretária-executiva considerou como primordial a modernização do setor de serviços no Brasil para torná-lo mais competitivo. “Em virtude da mudança do perfil econômico que nosso país e o mundo têm vivenciado nos últimos anos, com o crescente protagonismo do setor de serviços, é vital a dinamização e modernização do setor, agregando cada vez mais valor e adquirindo competências para iniciar, ou ampliar, estratégias de internacionalização, o que do ponto de vista macroeconômico, comercial e tecnológico é amplamente benéfico para a economia nacional.”
Negociações Mercosul/UE – Com o tema central do evento focado na relação entre os blocos econômicos Mercosul e União Europeia, a secretária-executiva do MDIC reforçou que o Ministério segue engajado para alcançar a conclusão de um acordo abrangente e equilibrado com os europeus com maior breviedade possível. “O último encontro entre Mercosul e UE ocorreu em Bruxelas, em abril desse ano, na ocasião, foram tratados os temas de acesso agrícola, indicações geográficas e setor automotivo, pontos-chaves para o avanço das negociações”, lembrou.
“Sabe-se que o comércio está cada vez mais integrado e que os fluxos comerciais ocorrem cada vez mais por meio de acordos comerciais. Nesse sentido, a assinatura do acordo poderá ampliar de forma considerável o mercado para bens e serviços brasileiros e contribuir para a expansão na produção interna e para o fortalecimento da atividade econômica”, contou Yana. Segundo ela, o acordo oferecerá acesso mais competitivo a insumos, bens intermediários, tecnologias e serviços estratégicos por parte de produtores brasileiros, reduzindo custos de fabricação e aumentando a competitividade dos produtos nacionais vis-à-vis os concorrentes estrangeiros.
Dados de serviços – Com base em dados do Siscoserv, as principais vendas de serviços do Brasil para a União Europeia são de serviços profissionais. Os serviços gerenciais, de consultoria gerencial, de relações públicas e de comunicação social estão em 1º lugar, (14,9%), seguidos pelos “Outros serviços profissionais, técnicos e gerenciais não classificados em outra posição” (11,6%), Serviços de transporte aquaviário de cargas (6,6%) e os Serviços auxiliares aos serviços financeiros, exceto os relacionados a seguros e previdência complementar (6,3%). Dos serviços profissionais destacam-se também os serviços de engenharia (5,34% do total), em 6º lugar.
O perfil das aquisições de serviços segue padrão distinto ao já analisado para as vendas. Os serviços mais adquiridos são os serviços “Arrendamento mercantil operacional ou locação de máquinas e equipamentos, sem operador (com 53,8% do total), seguidos pelos Serviços de transporte aquaviário de cargas (8,3%), Serviços financeiros, exceto bancos de investimento, serviços de seguros e previdência complementar (5,9%) e Serviços de engenharia (4,6%).
(*) Com informações do MDIC