Segundo a Conab serão quase 60 milhões de sacas
Ana Cristina Dib
Brasília – O 3º Levantamento da Safra 2018 de Café, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta terça-feira (18), confirma que o Brasil terá a maior produção da sua história. Ao todo, deverão ser colhidas 59,9 milhões de sacas beneficiadas de 60 quilos, em alta de 33,2% em relação à safra passada que foi de 45 milhões de sacas.
Do total previsto, 45,9 milhões de sacas são do café arábica, que teve aumento de 34,1%. Já o café conilon, com menor volume, deve alcançar 14 milhões de sacas, o que representa aumento de 30,3%. De acordo com o estudo, a bienalidade positiva e as boas condições climáticas são as principais responsáveis pelo resultado. Soma-se a isso, o avanço da tecnologia com impacto na produtividade.O período mais recente de alta bienalidade ocorreu em 2016, quando o Brasil produziu 51,4 milhões de sacas, considerada, até então, a maior safra do grão no país, superada agora, neste ano.
Minas Gerais continua como o maior estado produtor, com 31,9 milhões de sacas, sendo 31,6 milhões do arábica e 218,3 mil sacas do conilon. No Espírito Santo, a produção chegou a 13,5 milhões de sacas, com 8,8 milhões de conilon e 4,7 milhões de arábica. Em São Paulo, a produção é exclusivamente de café arábica, que chegou a 6,2 milhões de sacas. A Bahia teve produção de 2,9 milhões do conilon e 1,9 milhão do arábica.Outro estado que apresentou bons resultados foi Rondônia, com 1,9 milhão de sacas, devido a maior investimento na cultura, com a produtividade aumentando significativamente nos últimos seis anos, passando de 10,8 sacas por hectare, em 2012, para 30,9 sacas na safra atual.
A área total de produção inclui cafezais em formação e em produção em todo o país e deve alcançar 2,16 milhões de hectares, sendo 294,4 mil para o café em formação e 1,86 milhão de hectares para o que está em produção.Diretor do Departamento do Café do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Sílvio Farnese, destacou em entrevista, após a divulgação na Conab, a qualidade da atual produção, além do volume. E também o recorde obtido em agosto com a exportação de 3 milhões de sacas.
Comentou ainda sobre a linha de crédito do Plano Agrícola e Pecuário (PAP), para a atividade, no valor de R$ 5 bilhões, sendo R$ 1 bilhão destinado à custeio. “Está havendo demanda bem forte, o que mostra que o produtor está interessado a continuar com a cultura”.Lembrou também a importância do programa de pesquisa financiado pelo Funcafé e administrado pela Embrapa, que envolve quase 50 entidades públicas e privadas.
(*) Com informações do Mapa