Durante a comemoração da fundação do país, o Embaixador Chan Woo Kim também enalteceu o início da parceria com o Mercosul
Raquel Pires
Fotos: Eliane Loin
A Embaixada da Coreia do Sul sediou, em Brasília, na última terça-feira (02), a festa da independência, celebrada no dia 03 de outubro. A data marca a fundação da Coreia e celebra-se o Gae Cheon Jeol, que significa “o dia que o céu se abriu”. Nele, comemora-se a criação do estado de Gojoseon, fundado por Dangun Wanggeom no ano de 2333 A.C. A festa contou com comidas típicas, a apresentação da Companhia de Dança Metropolitana de Busan e a presença de diplomatas, jornalistas, coreanos e amigos.
O embaixador Chan Woo Kim agradeceu a presença de todos e ressaltou o progresso que o país vem alcançando nesses últimos tempos na reaproximação com a Coreia do Norte. “Esse ano a Coreia comemora 4.350 anos de existência. Atualmente, a península da Coreia se apresenta dividida entre a do Sul e a do Norte por mais de 70 anos, desde a Segunda Guerra Mundial. Esse ano houve um encontro entre representantes das duas Coreias e um acordo de paz foi assinado. Os líderes das duas Coreias deram mais um ousado passo na implementação desse acordo ao assinar a declaração conjunta de Panmunjeom”.
O começo das negociações entre Coreia do Sul e Mercosul também foi ressaltado pelo Embaixador que se mostrou confiante na possível parceria. “Esse ano Coreia e Mercosul concordaram em iniciar as negociações de acordos comercial que trarão benefícios para todos os países participantes, e para o Brasil, principal país do bloco. Isso vai aproximar cada vez mais os dois lados e estou confiante que nossas nações estão caminhando rumo a prosperidade”.
Por fim, os presentes se deliciaram com a iguarias da culinária coreana e aproveitaram a apresentação de dança típica da Coreia da Companhia de Dança Metropolitana de Bosan. O grupo possui membros e foi fundado em 1973, sendo a primeira companhia de dança metropolitana da Coreia.
História – O rei divino Dangun fundou a Coreia em 2333 a.C. A lenda sobre a ancestralidade de Dangun começa com seu avô, Hwanin, que teve um filho Hwanung, que desejava viver na Terra. Hwanin permitiu que Hwanung e seus 3.000 seguidores descessem até a montanha de Baekdu, onde Hwanung fundou uma cidade no qual deu o nome de Sinsi “Cidade dos Deus”. Junto com seus ministros da Nuvem, da Chuva e do Vento ele instituiu leis e códigos morais e ensinou aos humanos sobre a arte, medicina e a agricultura.
Um tigre e um urso oraram para Hwanung, pedindo para se tornarem humanos. Ouvindo as suas orações, Hwanung deu a eles 20 dentes de alho e um maço de Artemísia e ordenou que eles comessem apenas aquele alimento sagrado e que não vissem a luz do dia durante 100 dias. O tigre desistiu depois de 20 dias, já o urso permaneceu na caverna durante os 100 e foi transformado em uma mulher. A mulher em agradecimento preparou oferendas para Hwanung, no entanto, ela não possuía um marido e começou a se sentir solitária. Ela rezou para a árvore de “Sindansu” pedindo que a abençoasse com uma criança. Hwanung, tocado pelas orações, fez dela sua esposa e ela deu à luz a uma criança, que foi chamada de Dangun Wanggeom.
Dessa forma, Dangun subiu ao trono e construiu a cidade de Asadal e chamou o reino de Joseon – conhecido hoje como “a antiga Joseon” (em coreano “Gojoseon”).