“Duas mil doses da vacina russa Sputnik V chegaram (em Gaza), procedentes do Ministério da Saúde em Ramallah”, na Cisjordânia, disseram em comunicado os líderes do Hamas, o movimento islâmico que governa o enclave palestino sob bloqueio israelense.
“Estão sendo transportadas para o local onde serão armazenadas” na Cidade de Gaza, segundo as mesmas fontes.
No total, mil vacinas entraram na Faixa de Gaza, cada uma contendo duas doses. Em outras palavras, mil habitantes poderão receber as duas injeções necessárias do imunizante. A prioridade será para profissionais da saúde, de acordo com as indicações do Ministério da Saúde palestino.
O Cogat, órgão israelense encarregado das operações civis nos territórios palestinos, cuja autorização é imprescindível para a entrada das vacinas, também confirmou o envio à AFP.
“Nesta quarta-feira de manhã, 1.000 vacinas Sputnik V doadas pela Rússia (…) foram transferidas pela Autoridade Palestina (na Cisjordânia) para a Faixa de Gaza depois de ter obtido autorização”, explicou.
Lar de cerca de dois milhões de palestinos, a Faixa de Gaza tem sido objeto de bloqueio israelense por mais de uma década.
A Autoridade Palestina, com sede em Ramallah, na Cisjordânia, acusou Israel, na segunda-feira, de impedir a entrada dessas vacinas em Gaza. O Cogat respondeu que o pedido palestino estava “em estudo e que se esperava uma decisão política”.
O Hamas, que governa em Gaza, território fisicamente separado da Cisjordânia, denunciou uma “violação” do direito internacional.
Desde o início da pandemia, mais de 53.700 casos e 538 mortes foram registrados em Gaza. Agora, as autoridades sanitárias consideram que as infecções estão diminuindo.
Na Cisjordânia, o Ministério da Saúde registrou mais de 115.700 casos de contágio e 1.400 óbitos.
Em fevereiro, a Autoridade Palestina começou a vacinação dos profissionais de saúde da Cisjordânia, após receber 2.000 doses de Israel. Informou-se ainda que foram recebidas 10.000 vacinas Sputnik V e que a intenção era compartilhá-las com Gaza.
Nos próximos dias, os palestinos também receberão 50 mil doses, no âmbito do mecanismo Covax, criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para que países com menos recursos também possam receber vacinas.