“Quatro eleições em dois anos corroem a confiança do público no processo democrático, mas apenas cada um pode influenciar. Não há outro caminho”, declarou o chefe de Estado à saída de uma assembleia de voto em Israel.
Após votar hoje em Jerusalém, o primeiro-ministro cessante, Benjamin Netanyahu, disse esperar que esta seja “a última eleição” para acabar com a crise política no Estado hebreu, mas os resultados das sondagens não indicam que seja fácil conseguir uma maioria para um Governo que dê estabilidade ao país.
“Este é o momento da verdade para Israel (…) ou o Yesh Atid é forte ou temos um governo das trevas, racista e homofóbico”, declarou por seu lado o líder da oposição, Yair Lapid, apelando à população para votar na sua formação centrista Yesh Atid e rejeitar o Likud (direita) de Netanyahu.
O chefe do executivo cessante baseou a campanha eleitoral sobretudo na operação de vacinação contra a covid-19, considerada a maior a nível mundial, mas a oposição não deixou esquecer o julgamento de Netanyahu por corrupção em três casos diferentes, iniciado há alguns meses e que tem alimentado manifestações contra ele todos os sábados há 39 semanas.
A participação no escrutínio é decisiva para a formação do próximo parlamento (Knesset), com 120 assentos, pelo que o número da maioria são 61 deputados. Netanyahu aposta na aliança com os partidos religiosos (ultraortodoxos) e, facto novo, com a extrema-direita, enquanto Lapid conta com um acordo com partidos de esquerda e do centro, mas também os de direita dececionados com o primeiro-ministro.
Os cerca de 6,5 milhões de israelitas chamados às urnas podem votar até às 22:00 locais (20:00 em Lisboa), prelúdio para a divulgação das primeiras sondagens à boca das urnas. Resultados mais definitivos só são esperados na sexta-feira, segundo a Comissão Eleitoral.