O primeiro-ministro da Suécia, Stefan Löfven, apresentou sua renúncia nesta segunda-feira (18), uma semana depois de ter sido derrotado em uma moção de censura.
O líder social-democrata tinha até esta segunda-feira para anunciar a decisão, mas descartou a alternativa de convocar eleições antecipadas, “a um ano das eleições normais, diante da situação extraordinária na qual se encontra o país, com uma pandemia ocorrendo e os desafios particulares que isso geraria”. “Por essa razão, pedi ao presidente do Parlamento a demissão das minhas funções de primeiro-ministro”, reiterou.
Stefan Löfven, que se tornou na semana passada o primeiro chefe de Governo da Suécia a perder um voto de confiança, se colocou à disposição para voltar a ocupar o posto após as novas negociações parlamentares que se iniciam. Na prática, seu governo continua operante, mas se limita a administrar questões pendentes.
A saída do premiê teve o apoio de 181 deputados, de um total de 349, na última segunda-feira (21). Stefan Löfven, que ocupava o cargo desde 3 de outubro de 2014, tinha uma semana para apresentar sua renúncia ou convocar novas eleições.
Moção de censura – A moção de censura teve origem em meados de junho. Ela foi pedida pelo partido Democratas da Suécia, de extrema direita, depois que o Partido da Esquerda decidiu retirar o apoio que dava ao governo. Para derrubar o premiê, a ex-legenda comunista se alinhou com formações de direita, o Partido Conservador dos Moderados e os Democratas-Cristãos, assim como os Democratas da Suécia. O estopim para essa manobra dos adversários e ex-aliados do premiê foi a decisão do governo de suspender o congelamento dos aluguéis, medida adotada durante a pandemia e da qual boa parte da população se beneficia.
Löfven já havia sobrevivido a 11 moções de censura e se distinguia por sua capacidade de sobreviver a crises políticas. No entanto, desde as eleições de 2018, que não designaram um claro vencedor, o premiê chefiava um governo minoritário de centro-esquerda. Durante o debate no Parlamento sobre a moção de censura, o líder dos Democratas da Suécia, Jimmie Akesson, chamou o atual governo de “nocivo e historicamente fraco”.
Agora cabe ao presidente do Parlamento abrir negociações para encontrar um novo chefe de Governo. No caso de um novo acordo político, nada impede o retorno de Löfven, afirmam analistas.
No entanto, as dificuldades políticas da Suécia estão longe de ser superadas. Analistas dizem que é muito difícil prever os novos contornos de um futuro governo. Segundo as pesquisas de opinião, o bloco de centro-esquerda está praticamente empatado com o de centro-direita.
(Com informações da AFP e Reuters)