No presente ano comemoramos o 226º aniversário da Constituição de 3 de Maio – a primeira constituição na Europa moderna e a segunda, depois da americana, no mundo.
O maior feito legislativo da Assembleia Legislativa, realizada entre outubro de 1788 e maio de 1792 foi a decretação da Lei do Governo, que ia constituir uma base do renascimento interno da República. A Constituição foi baseada no pensamento moderno e reformatório do Iluminismo. Os autores da Constituição de 3 de Maio foram o rei Estanislau Augusto Poniatowski, Ignacy Potocki e Hugo Kołłątaj.
Entre os vários regimes de governo, o surgimento de uma Polônia moderna.
| Oda Paula Fernandes
O embaixador da República da Polônia no Brasil (Rzeczpospolita Polska), Andrzej Braiter, recebeu a equipe da Embassy Brasília para falar de cultura, economia e da Data Nacional, comemorada no dia 3 de maio. Aqui no Brasil, será celebrada com um almoço, nas dependências da embaixada, no dia 10 deste mês. Recebidos com doces, chocolates e vodca polonesa a conversa surpreendente e leve ressaltou detalhes sobre como o embaixador, apaixonado por Brasília, se posiciona em relação a assuntos “fora da caixa” da diplomacia tradicional.
Andrzej Braiter veio para Brasília, acompanhado dos pais quando tinha apenas 13 anos de idade. Aos 17 anos, quando a família deixou o Brasil, Braiter decidiu ficar, morar e estudar na capital federal, onde se formou em economia na UnB e voltou para a Polônia. Alguns anos se passaram, três décadas precisamente, até que ele retornasse a morar em Brasília. Veio com a esposa, a embaixatriz Katarzyna Braiter, quem também faz declarações de amor à nossa cidade. Juntos, esta família representa oficialmente o Polônia, pois o jovem que no passado fora feirante na Torre de TV, agora diplomata, professor universitário – da cultura brasileira em seu país de origem, a Polônia – e comanda nesta embaixada eventos culturais para integrar cada vez mais os dois países.
Comércio –As relações de comércio entre os dois países sempre foram, ao longo de dos anos, muito promissoras. “Nós temos boas relações com o Brasil. Temos muito em comum e aqui na embaixada realizamos eventos dançantes, culturais com universitários e estudantes para mostrar mais do nosso país”, comenta o embaixador.
Não demora muito em que o assunto perpassa no mundo dos negócios, da política, da economia e do turismo, forte naquela região. “Há uma forma de classificar as viagens de turismo à Europa. Cada turista escolhe em media três países para visitar em cada viagem. Então, Polônia sempre está com outros países nos grandes eventos europeus, para promover o turismo na região”, conta Braiter.
A Polônia chegou a desaparecer no mapa por mais de cem anos – dividida entre Rússia, Prússia e Áustria até 1918 –, tem nos registros um período obscuro de extermínio de milhares de judeus durante a Segunda Guerra, decadência econômica, domínios como da União Soviética. Mas a nova Polônia está comprometida com o crescimento e o desenvolvimento em todos os sentidos.
Hoje, com muitas razões para comemorar, em especial na área do turismo. A beatificação do Papa João Paulo II, a Eurocopa em 2012 e os investimentos em capacitação de pessoal, infraestrutura e a renovação de vários pontos turísticos acentuam as renovações do País. “Como embaixador digo que o meu país é mais belo que os outros, mas não posso deixar de dizer porque a Polônia têm muito a oferecer ao turista. Três dias são pouco para conhecer os monumentos, as cidades e todas as atrações que o país oferece, então recomendo reservar mais tempo”, sugere Braiter.
Cidades como Varsóvia, Cracóvia e a pequena Wadowice atraem cada vez mais pessoas que buscam cultura e lazer. Com a primeira geração pós-comunismo entrando no mercado de trabalho, é normal a mudança no comportamento dos nativos. Cada vez mais jovens falando inglês e cada vez menos russo. Na terra de Chopin, por exemplo, as ruínas da Cidade Velha de Varsóvia.
Polônia histórica – Com gáudio, ele elucida curiosidades sobre a história da independência polaca, que foi fundada em meados do século X pela dinastia Piast. Historicamente verificado, o primeiro governante, Mieszko I, foi batizado em 966, quando adotou então o catolicismo como religião oficial do seu país. No século XII, a Polônia fragmentou-se em diversos Estados menores. Ao longo de sua história, foram idas e vindas entre diferentes regimes governamentais. Privilegiada, a Peste Negra, que afetou grande parte da Europa entre 1347 e 1351, não chegou à Polônia.
Atualmente é uma democracia liberal com parlamento, é membro da Organização Mundial de Comércio (OMC), da União Européia (UE), da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Apesar dos traços sombrios de uma Nação européia milenar, Polônia tem muito a oferecer em tecnologia, pesquisa, indústria marítima – com empresas engajadas em construção de navios – e ferroviária. Instrumentos modernos de medição das rodas de linha férrea. “Temos um sistema, criado na Polônia, de propaganda direcionada para o perfil de pessoas que usam aquela linha, naquele horário. Então as empresas sabem que o produto será visto por quem realmente interessa”, revela Braiter.
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