Em Brasília,a embaixadora Bogna Janke comemora a data em evento com a presença do ministro Ricardo Lewandowski
A embaixada da Polônia sediou, nesta terça-feira (14), a celebração do aniversário da adesão da Constituição de 1791, uma das primeiras Constituições Modernas do mundo, e a primeira Constituição Democrática da Europa. A embaixadora Bogna Janke, em seu discurso destacou a grande comunidade de imigrantes e descendentes de poloneses no Brasil, hoje com cerca de dois milhões de pessoas. Um destes é o ministro do ministro da Justiça Ricardo Lewandowski que deu uma aula de constituição daquele país em sua fala; segundo ele uma das mais antigas do mundo.
A embaixadora Bogna Janke afirmou que a Polônia compartilha os valores com o Brasil como “respeito aos valores cristãos, experiências históricas, o orgulho pela nação e o desejo de participar na tomada de decisões de questões globais. “Além disso, a Polônia e o Brasil foram unidos pelo Papa Polonês João Paulo II que visitou o Brasil três vezes”, acrescentou.
Bogna Janke ressaltou que o objetivo da sua missão no Brasil é fortalecer as relações políticas entre os países e criar condições para intensificar a cooperação econômica. “O Brasil foi o primeiro país da América Latina a reconhecer a independência da Polônia, e com isso, as relações entre os países são antigas e dinâmicas, havendo um grande interesse na colaboração entre ambos os lados”, prosseguiu.
Segundo Janke, o governo polonês executa sua política externa em relação ao Brasil em cooperação com a União Europeia, bloco do qual o país é membro há 20 anos. “A adesão da Polônia à UE resultou em um balanço altamente positivo em termos políticos, econômicos e sociais, fazendo da Polônia um país moderno, estável e seguro, cuja economia está avançada como nenhuma outra na Europa”, discursou a embaixadora. “O país vive uma era de ouro do desenvolvimento e, conforme as previsões do Fundo Monetário Internacional, ainda este ano, a economia polonesa deve crescer 3,1%”, acrescentou.
De acordo com Junke, no próximo ano, o PIB da Polônia valerá 1 trilhão de dólares, e “sem a nossa adição à União Europeia, não teríamos esse milagre econômico”, enfatizou. A partir de janeiro de 2025, a Polônia assumirá a presidência do Conselho da União Europeia, e uma das prioridades, “será expandir o bloco para incluir a Ucrânia, a Moldávia e os países balcãs e ocidentais”.
O ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Ricardo Lewandowski, como descendente direto de poloneses, deu uma verdadeira aula sobre a constituição da Polônia. Ele realçou a importância de Carta Magna polonesa que “exerceu uma influência paradigmática positiva, não só para a Polônia, como também para muitos outros países que a tiveram como exemplo”. Lewandowsk afirmou considerar um “ marco histórico que promoveu a garantia das liberdades civis, liberdade de religião e autoridade tripartita, valores fundamentais para o povo polonês”.
Já a Secretária de Europa do Ministério das Relações Exteriores, embaixadora Maria Luisa Escorel, ressaltou as boas relações bilaterais. “Estabelecidas em 1920, o relacionamento entre Brasil e Polônia, desde então, tem sido intenso no diálogo político e na cooperação. Apesar da distância geográfica e linguística que nos separam, os vínculos humanos e culturais que nos unem são ainda mais antigos que as relações diplomáticas oficiais. Em 2019, celebramos com eventos cívico-culturais, dos dois países, os 150 anos da imigração polonesa no Brasil”, afirmou.
Escorel recordou também a importante contribuição de migrantes poloneses e de cidadãos brasileiros de origem polonesa em diferentes áreas, como teatro, artes plásticas e literatura, como o escritor Paulo Liminski que tanto contribuíram para o desenvolvimento da riqueza cultural brasileira. A secretária lembrou também que o Brasil é o maior parceiro comercial da Polônia na América Latina e que nos últimos 10 anos, as trocas comerciais entre os países cresceram mais de 240%, atingindo 2,6 bilhões de dólares americanos em 2023.