Comex do Brasil
O diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Eduardo Abijaodi, afirmou nesta segunda-feira (17) que deve haver um alinhamento entre a política industrial e a de comércio exterior no Brasil. A primeira, afirmou, deve ser vista como um instrumento de produtividade e de atualização tecnológica do país. A segunda deve ser pautada numa agenda de inserção ampla das empresas brasileiras no exterior.
Na avaliação do diretor, é necessário atuar em questões tanto da economia doméstica quanto da internacional. “Não se trata de escolher trabalhar com fatores internos e externos. O que devemos fazer é atuar em todos eles identificando o que podemos fazer em curto, médio e longo prazo”, disse Abijaodi.
Carlos Abijaodi participou do evento Correio Debate: A importância da indústria para o desenvolvimento do Brasil, realizado pelo jornal Correio Braziliense em parceria com a CNI.
Abijaodi apresentou dados que mostram que a indústria brasileira contribui, anualmente, com R$ 1,2 trilhão para a economia brasileira, respondendo por 21% do Produto Interno Bruto (PIB). Também responde por 32% da arrecadação de tributos federais e por 67% dos gastos em pesquisa e desenvolvimento do setor privado. Além disso, 51% das exportações brasileiras são de produtos industrializados. “O que vemos hoje é que não existe uma grande economia onde não esteja por trás uma indústria forte”, afirmou o diretor.
O diretor afirmou ainda que a política industrial não deve ser considerada como um conjunto de subsídios para compensar a ineficiência do sistema produtivo brasileiro. “A política industrial deve ser vista como motor que alimenta a produtividade e estimula a tecnologia no Brasil”, disse. “Não há como se ter proteção exagerada nem abertura inconsequente. Precisamos caminhar em conjunto, sabendo das dificuldades e potenciais para alcançar essa produtividade”, considerou o diretor.