Por: Marcelle Santos
Com a proximidade da eleição presidencial dos Estados Unidos, que ocorrerá em 08 de novembro, é pertinente inteirar-se sobre o que pretende o próximo dirigente do país. Os EUA permanecem sendo o Estado com o maior orçamento de Defesa do mundo (1/3 do total mundial, segundo dados do SIPRI). Para a exposição da política de defesa de cada candidato, dois eventos ocorridos em setembro foram importantes: o Commander in Chief Forum, ocorrido no dia 07, e o primeiro debate presidencial, ocorrido no dia 26. Ambos são essenciais para a compreensão do posicionamento de Hillary Clinton, candidata pelo Partido Democrata, e Donald Trump, pelo Partido Republicano. Clinton admitiu ter errado ao apoiar a guerra no Iraque e para o futuro indica refletir melhor antes de enviar tropas norte-americanas para fora do território nacional. Ainda assim, considera que o país deve lutar contra o Estado Islâmico (EI) em todas as frentes possíveis: aérea, terrestre e no cyberspace, por onde a maioria dos combatentes é recrutada. Clinton reiterou sua experiência para assumir o cargo e tomar decisões adequadas. Segundo o The Washington Post, após o debate, 53% dos americanos consideraram que a democrata tenha sido a vencedora.
Donald Trump, por outro lado, enfatizou o interesse de cooperar com a Rússia para o combate ao EI, declarando que, após solucionada a questão, os Estados Unidos deveriam apoderar-se do petróleo do local. Segundo o republicano, o recurso mineral teria sido o elemento que impulsionou o EI e a apropriação América do Norte e Central Foto: Google.com [3] norte-americana do óleo tornaria útil o envio militar de tropas em contraponto à questão do Iraque, onde, após dispender tanto dinheiro, os EUA não obtiveram vantagem alguma, segundo ele. Trump admite não ter experiência política ou na área de Defesa, mas garante que sua vivência como empresário será suficiente. Cabe ressaltar que os dois candidatos têm pontos negativos e positivos, segundo os próprios americanos. A experiência de Clinton é valorizada, entretanto, os americanos fartos da participação dos EUA em diversos conflitos externos a seu próprio território têm apoiado um candidato como Trump, que propõe o não envolvimento, ao contrário da democrata, conhecida por um posicionamento mais “intervencionista”.
Marcelle Siqueira Santos (UERJ)- Pesquisadora do Núcleo de Avaliação da Conjuntura