BERLIM, 15 MAR (ANSA) – Os resultados nos dois estados eram bastante aguardados por serem considerados como uma espécie de termômetro das disputas eleitorais deste ano – e o sinal não foi bom para Merkel, que já anunciou que deixa o cargo em 2021 após 15 anos de poder.
Em Baden-Württemberg, a vitória ficou por conta dos Verdes, que devem obter cerca de 31% dos votos. No estado, o governo de Winfried Kretschman conta com a coalizão do CDU, que deve fechar em 23% dos votos – 4% a menos do que em 2017.
Já na Renânia-Palatinado, o resultado foi ainda pior conforme as projeções. A sigla de Merkel deve conquistar cerca de 25,5% dos votos – cerca de 6% a menos do que em 2016. Diferentemente do primeiro estado, nesse o CDU não faz parte do governo e deve continuar fora. No local, o Partido Social-Democrata (SPD) manteve a liderança, com 34,5% dos votos, e deve continuar a ser comandado por Malu Dreyer.
Porém, se nas últimas eleições o CDU foi ameaçado pela extrema-direita representada pelo Alternativa para a Alemanha (AfD), dessa vez os rivais são os Verdes e os Social-Democratas. Os extremistas perderam espaço em ambos os estados, ficando com uma média de 10% dos votos. “Essa noite é uma grande vitória dos Verdes em Baden-Württemberg. E isso sem deixa de considerar a figura excepcional de Winfried Kretschman. Com determinação e otimismo, vamos para as federais em setembro”, destacou o presidente da sigla, Robert Habeck, em entrevista à “ZDF”. No dia 26 daquele mês, serão realizadas as eleições em todo o país.
Por outro lado, o secretário-geral da CDU, Paul Ziemiack, lamentou os resultados e disse que “essa não foi uma boa noite para nós”. Segundo o representante, o partido “esperava outros resultados”. Escândalos – A imagem do CDU ficou bastante arranhada com um escândalo que revelou um esquema para a compra de máscaras de proteção facial. Dois deputados, Nikolas Löbel, do CDU, e Georg Nüsslein, do aliado União Social Cristã (CSU), estavam em esquemas separados, mas que tiveram grande impacto e ambos renunciaram.
Löbel reconheceu que recebeu 250 mil euros para intermediar a venda de máscaras para o governo. Já Nüsslein teria recebido 600 mil euros pelo mesmo crime na venda dos produtos para dois estados e um Ministério. Além disso, o governo de Merkel vem sofrendo críticas por conta da lentidão da vacinação contra o coronavírus Sars-CoV-2. Desde o dia 26 de dezembro, apenas 7,5% da população recebeu uma dose das vacinas usadas no país.