Ditador está enterrado no Vale dos Caídos, próximo a Madrid, onde ficam também os restos mortais de vítimas da guerra civil.
Por Agência EFE
O Parlamento espanhol aprovou nesta quinta-feira (13) um decreto do governo para exumar os restos mortais do ditador Francisco Franco do mausoléu onde ele se encontra, no Vale dos Caídos, monumento que ele mesmo mandou construir perto de Madrid.
A exumação do ditador, que governou a Espanha de 1939 a 1975 após uma guerra civil (1936-1939), é polêmica entre os que consideram que é uma mostra de reconhecimento da memória histórica e os que pensam que abre velhas feridas, atrapalhando a reconciliação nacional.
Em defesa do decreto-lei, a vice-presidente do governo, Carmen Calvo, alertou que não haverá “paz sem justiça” enquanto se mantiver a “atroz anomalia” que representa o fato de o ditador estar enterrado junto com suas vítimas, ao mesmo tempo que criticou PP e Ciudadanos por “olhar para o lado” quando o assunto é a ditadura.
A maioria dos deputados revalidou o decreto aprovado previamente pelo governo do socialista Pedro Sánchez, embora tanto o conservador Partido Popular (PP) como o Ciudadanos (liberais) se abstiveram na votação.
Além disso, o Congresso aprovou que o decreto seja tramitado como projeto de lei, o que permitirá propor emendas ao texto, tal como propõem alguns grupos que hoje apoiaram o governo.
Por outro lado, PP e Ciudadanos criticaram que a exumação de Franco seja feita por decreto, já que não é uma questão urgente, depois de 43 anos enterrado no Vale dos Caídos.
Eles acusaram Sánchez de usar este assunto como uma “cortina de fumaça” para tapar sua incompetência e sua fraqueza no Parlamento, já que os socialistas contam com 84 cadeiras das 350 da Câmara.
Os deputados que apoiaram o decreto de exumação romperam aplaudiram após a votação e dirigiram seus olhares para a tribuna de convidados, na qual acompanhavam o debate vítimas da ditadura e o hispanista e historiador irlandês Ian Gibson.