No dia 7 de abril, participarei, ao lado do Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, da reunião ministerial dos membros fundadores do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) e dos países que integram a Aliança do Pacífico (Chile, Colômbia, Peru e México). É mais um passo que daremos no resgate dos propósitos originais do Mercosul com vistas a tornar o bloco uma plataforma para a inserção competitiva de nossos países na economia internacional.
Um dos caminhos para alcançar esse objetivo é o estabelecimento de acordos comerciais com outros países ou blocos. O Mercosul e a Aliança do Pacífico representam juntos 80% da população da América Latina e Caribe, respondendo por mais de 90% do PIB e dos fluxos de investimento direto estrangeiro na região. Estamos falando de um mercado de quase 470 milhões de pessoas.
A convergência entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico pode significar o nascimento de um novo polo dinâmico da economia mundial. Queremos aproveitar a rede de acordos que já nos unem para dar um salto de qualidade. Possuímos hoje acordos de livre comércio com todos os países sul-americanos da Aliança do Pacífico. Com o Chile, já alcançamos liberalização total do comércio e, com Peru e Colômbia, estamos muito perto disso.
Em 2019, graças aos acordos existentes, será concluída uma virtual área de livre comércio na América do Sul. O Brasil procura, atualmente, completar essa rede de acordos, ampliando seu acordo comercial com o México, a segunda principal economia da América Latina. Com todos os países da Aliança, concluímos acordos de facilitação de investimentos e assinamos ou estamos negociando acordos sobre serviços e compras governamentais.
Em 2016, as exportações do Mercosul para a Aliança do Pacífico alcançaram US$ 17,6 bilhões, valor superior às exportações registradas entre os países da própria Aliança (US$ 14,6 bilhões). O Brasil figura como o principal parceiro comercial na América Latina de Chile, Peru e México e o segundo da Colômbia na região.
A agenda de cooperação entre os dois blocos ambiciona ir além dos acordos comerciais em vigor, buscando simplificar os trâmites de comércio exterior e incentivar parcerias empresariais, com atenção especial às pequenas e médias empresas. Queremos aproveitar também as complementaridades entre as economias e fomentar as cadeias produtivas regionais.
Os vínculos entre Mercosul e Aliança do Pacífico se veem hoje fortalecidos por uma coincidência de visões entre os nossos governos, que compreendem que têm muito a ganhar com a convergência entre os dois blocos. A situação econômica brasileira e a conjuntura externa oferecem oportunidade que não deve ser desperdiçada para que o Brasil fortaleça a integração com seus vizinhos em busca de um novo ciclo de desenvolvimento nacional. Tenho certeza de que a reunião de Buenos Aires ajudará a impulsionar a integração entre esses dois blocos irmãos, abrindo um novo e auspicioso capítulo na integração latino-americana.
(O Globo, 5/04/2017)