Em Brasília, o embaixador paquistanês Murad Ashraf Janjua recebe imprensa para falar do “Youm-e-Istehsa”, o dia da exploração ou Dia Negro
Com o objetivo de lembrar o Youm-e-Istehsa, 05 de agosto, a embaixada do Paquistão no Brasil sediou, para a imprensa, um “gathering” e um almoço. É o quinto aniversário da luta com a Índia para revogar o status especial do território disputado de Jammu e Caxemira. Neste mesmo dia, os caxemiras que vivem em ambos os lados da Linha de Controle (LoC) e paquistaneses, incluindo seus simpatizantes, que vivem no resto do mundo celebram a data como o Dia Negro.
A situação de um estado de guerra nas regiões de Jammu e Caxemira, o sofrimento da população nas ruas foi mostrada na apresentação de um vídeo que abriu o evento. Segundo a embaixada, trata-se de um território disputado reconhecido internacionalmente, que abrange várias Resoluções do Conselho de Segurança da ONU que permanecem, até o momento sem implementação e, sendo, portanto, a agenda da organização há mais tempo sem nenhum tipo de Resolução.
Mostrar a necessidade que o governo paquistanês pede para se discutir o tema internacionalmente foi o que, em seu discurso, o embaixador do Paquistão no Brasil, Murad Ashraf Janjua, disse ser o objetivo do encontro. “É uma oportunidade de discutir uma questão de grande importância internacional, que desafia a consciência da comunidade global e põe à prova os ideais de direitos humanos e justiça defendidos por todo o Paquistão”, afirmou.
Segundo Janjua, o governo da Índia revogou unilateralmente, em 2019, os artigos 370 e 35A de sua Constituição, alterando efetivamente o status legal de Jammu e Caxemira ocupados ilegalmente pela Índia, o Indian Illegally Occupied Jammu and Kashmir (IIOJK). “Essa ação, que nós, no Paquistão, e muitos em todo o mundo, reconhecemos como ilegal e ilegítima”, disse. De acordo com o diplomata, a revogação desses dois artigos alterou fundamentalmente a relação constitucional entre Jammu e Caxemira e a União Indiana. O Artigo 370 concedeu à região um status autônomo especial, permitindo que ela tivesse sua própria constituição e uma bandeira separada.
Violência – O embaixador afirmou que a revogação destas disposições retirou a autonomia da IIOJK, integrando-a totalmente à Índia como um território da União.” Essa medida não apenas anulou o status especial da região, mas também abriu as portas para mudanças demográficas e para a imposição de leis que alteram a estrutura cultural e social da Caxemira”, garantiu. De acordo com Janjua, desde a revogação do status especial da Caxemira, a região tem sido submetida a um cerco militar sem precedentes. “Cerca de um milhão de soldados indianos estão posicionados na IIOJK, tornando-a uma das zonas mais militarizadas do mundo. A presença militar não tem sido uma força de paz, mas sim um veículo de subjugação e terror”, disse.
Em relação ao posicionamento do Brasil, Janjua reforçou que o Brasil sempre foi um firme defensor da liberdade, da justiça e dos direitos humanos. “A história de sua nação em defender esses valores nos dá esperança de que a situação da Caxemira continuará a ressoar nos corações e mentes do povo brasileiro. Acreditamos no poder de suas palavras, na influência de seu trabalho, bem como na consciência do povo brasileiro”, disse.