“Nós também tentaremos, mas a Índia terá que dar o primeiro passo”, disse Khan numa conferência de segurança nacional em Islamabad. Num discurso comedido em que, ao contrário de ocasiões anteriores, não comparou o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, a Adolf Hitler, Khan garantiu que a paz seria benéfica para os dois países, aumentando o comércio e ajudando a reduzir a pobreza.
Khan argumentou ainda que a paz entre Islamabad e Nova Deli fortaleceria as relações comerciais com o Afeganistão e os países da Ásia Central. Entretanto, para fazer isso, Khan insistiu que a Índia terá que permitir um referendo na parte da Caxemira que controla, algo muito improvável depois de Nova Deli ter revogado o estatuto especial daquela região em 2019, ato que desencadeou uma profunda crise entre os dois países.
“Quando o meu Governo tomou posse, fizemos tudo o que podíamos para resolver os nossos problemas com a Índia. Infelizmente, 05 de agosto (data da revogação do estatuto especial da Caxemira) chegou e houve um colapso total”, disse o primeiro-ministro.
Os comentários de Khan foram feitos depois de os dois países se comprometerem, no final de fevereiro, a respeitar o cessar-fogo acordado ao longo das suas fronteiras e da Linha de Controle (LoC) que separa as duas regiões da Caxemira – uma controlada pela Índia e a outra pelo Paquistão.
Nesses ataques na fronteira, cerca de 50 pessoas morreram em 2020 e mais de 300 ficaram feridas, de acordo com dados das duas nações. Os dois países acusam-se de iniciar os ataques e apenas usam a violência como uma resposta defensiva. A Índia e o Paquistão já travaram duas guerras pela Caxemira desde a descolonização britânica do subcontinente indiano em 1947.