O Dia da Defesa do Paquistão foi comemorado no Brasil, no dia 06 de setembro. A data serviu também para os paquistaneses expressarem solidariedade com a população dos territórios de Jammu e Caxemira, ocupados pelo governo indiano. Os habitantes desses locais tiveram, na semana passada, os serviços de Internet e telefonia suspensos. Além disso, colocaram políticos locais em prisão domiciliar e impediram a reunião da população.
Em recepção, na sede da embaixada, no Lago Sul, o embaixador do Paquistão, Najm Us
Saqib, defendeu a necessidade de plebiscito para que a população de Caxemira decida o seu futuro. Em seu discurso, o diplomata denunciou “uma verdadeira catástrofe humanitária” que está acontecendo em Jammu e Caxemira, onde a Índia mantém mais de doze milhões de pessoas em toque de recolher. “famílias estão sem poder sair de suas casas, crianças sem poder ir à escola ou ser atendidas nos hospitais”, relatou Saqib.
O Embaixador sugeriu que a comunidade internacional persuadisse a Índia a cumprir os compromissos assumidos nas resoluções do Conselho de Segurança da ONU e deixasse de violar os princípios dos direitos humanos e do direto humanitário. Saqib pediu por quatro vezes aos jornalistas presentes: “Leiam sobre isso, conheçam, pensem, escrevam e faça alguma coisa em relação a isso”.
Homenagem- O adido de Defesa General de Brigada Mohammad Yousaf destacou o significado histórico do Dia da Defesa do Paquistão e prestou uma rica homenagem aos heróis e mártires da guerra de 1965. Segundo ele, cem mil habitantes do território ocupado pela Índia já perderam suas vidas na luta pelo direito à autodeterminação. “Paquistão e Índia já travaram três guerras na disputa por Jammu e Caxemira”, lembrou o militar.
Yousaf acredita que a paz duradoura no Sul da Ásia só será possível com uma solução justa para a paz de Caxemira. Ele garantiu que as Forças Armadas do Paquistão continuarão a apoiar o povo daquela área “de todas as formas possíveis”.
O primeiro secretário Azeem Ullah Cheema destacou as violações em massa dos direitos humanos pelas forças de ocupação indianas. Antes da comemoração, a comunidade muçulmana e funcionários da embaixada fizeram orações especiais durante Namaz-e-Jum’a por um futuro brilhante para o povo dos territórios de Jammu e Caxemira, ocupados pela Índia.
Constituição – O governo indiano revogou, neste mês, a autonomia da sua parte da Caxemira; ambos os países governam parte do território, mas a reivindicam por completo. O primeiro-ministro hindú, Narendra Modi, retirou o artigo da Constituição indiana que dava autonomia a Caxemira. Milhares de pessoas foram às ruas do Paquistão nesta sexta-feira (30) para demonstrar apoio à população local, aumentando assim a tensão entre as duas nações. O governo paquistanês retirou o seu embaixador da Índia e cancelou as relações comerciais, que já eram frágeis.
História – Com a independência da Índia e do Paquistão dos britânicos, em 1947, a região de Caxemira, na fronteira entre os dois países, acabou ficando dividida. Em Jammu e Caxemira, sob a administração indiana, a população é 98% muçulmana. Os indianos são de maioria hindu. Dessa forma, os habitantes da região querem a independência já que é o único estado de maioria muçulmana administrado pela Índia.