Embaixador Murad Ashraf Janjua lembra a violência nos territórios de Jammu e Caxemira, disputados desde 1947 com a Índia
O dia 27 de outubro de 1947 é marcado como um “Dia Negro” pelo povo da Caxemira que reside no Território Indiano Ilegalmente Ocupado de Jammu e Caxemira (IIOJK). Em Brasília a data foi lembrada, neste domingo (27), pelo embaixador do Paquistão, Murad Ashraf Janjua, em coletiva de imprensa, na qual falou do sofrimento sofrido pela população das duas regiões. “O governo papeistanês tem feito esforços consistentes para explicitar o terrorismo patrocinado pelo Estado Indiano, crimes de guerra e graves violações dos direitos humanos”, afirmou Janjua.
Segundo o embaixador, para sustentar o foco da comunidade internacional nas transgressões indianas e responsabilizar a ìndia, um dossiê abrangente e bem fundamentado contendo desrespeito generalizado das forças indianas, foi divulgado em 2021, pelo governo paquistanês. São relatos de 3.432 casos de crimes de guerra cometidos pelas Forças de Ocupação Indianas. “Um total de 118 unidades do exército indiano foram pegos em flagrante pro terem cometidos esses crimes”, afirmou Janjua.
De acordo com o documento divulgado pela embaixada do Paquistão, as principais expectativas da comunidade internacional incluem as Nações Unidas e seus mecanismos relevantes de direitos humanos para ajudarem os caxemires sitiados, bem como o registro dos nomes dos supostos autores de violações de direitos humanos pelo Departamento de Operações de Manutenção da Paz na ONU (UNDPKO). Espera-se ainda que haja garantia de que eles não tenham permissão para trabalhar nas missões de manutenção da paz da ONU, Organização das Nações Unidas.
“O governo da ìndia deve ser obrigado a permitir o aceso livre aos detentores de mandatos especiais da ONU para avaliar a situação no IIOJK, o fim do apagão de internet/mídia no território ocupado, bem como o acesso irrestrito de jornalistas independentes, organizações de RH/ sociedade civil e a libertação de jovens e líderes da Caxemira sob a custódia do governo indiano”, afirma o documento divulgado pela embaixada, em Brasília.
A Caxemira , um território majoritariamente muçulmano que a Índia e o Paquistão disputam há 77 anos, tem sido palco de uma insurgência separatista desde 1989 que fez dezenas de milhares de mortos, soldados, rebeldes e civis. A Índia acusa regularmente o Paquistão de armar e apoiar os rebeldes, o que Islamabad nega. Cerca de 500 mil soldados estão permanente destacados na Caxemira administrada pela Índia.