O Panamá, país com maior número de infecções pelo coronavírus na América Central, anunciou nesta sexta-feira (25) a suspensão das festas de carnaval para evitar a propagação do vírus. A decisão chega logo após o adiamento por tempo indeterminado dos desfiles das escolas de samba e dos blocos de carnaval do Rio de Janeiro.
“Por enquanto, não haverá carnaval enquanto a situação continuar como está”, disse o ministro da Saúde do Panamá, Luis Francisco Sucre, a jornalistas. “Não pensaria em carnaval por enquanto, atualmente estamos com uma situação econômica e de saúde muito delicada”, acrescentou.
Com quatro milhões de habitantes, o Panamá é o país da América Central com o maior número de casos confirmados de covid-19, com mais de 109 mil infectados e 2.311 mortes. Embora os números diários tenham caído nas últimas semanas, as autoridades locais temem uma nova onda após a reabertura da maioria das atividades econômicas.
O carnaval é a festa mais popular do Panamá, principalmente nas cidades e vilas do interior, onde milhares de pessoas viajam para participar durante dias de diversos eventos.
Nessas festas, os protagonistas são os fogos de artifício, desfiles de carros alegóricos e os tradicionais “culecos”, como é chamada no Panamá uma atividade em praças públicas que consiste em um caminhão-pipa borrifando água na multidão, geralmente sob um abafado calor, típico do verão austral. Muitas vezes, as famílias se endividam para participar da folia.
Na quinta-feira, as escolas de samba do Rio de Janeiro decidiram suspender seus desfiles do carnaval em fevereiro de 2021. Na sexta-feira, foi a vez da associação de blocos de rua anunciar que os blocos do Rio também não vão acontecer.