Por Rachel Alves Nariyoshi
O Guia Descorchados é a maior referência mundial em vinhos sul-americanos, uma publicação que traz avaliações de rótulos em três volumes, todos separados por região, sendo um dedicado à Argentina, outro ao Chile e o terceiro é a união entre Brasil, Bolívia, Peru e Uruguai.
Publicado pela primeira vez em 1999, exibe todo o panorama do vinho latino-americano. É publicado em espanhol, português e inglês. Em 2024 o Guia Descorchados está na 26ª edição e para sua publicação foram mais de 4.000 vinhos degustados (todos na sua temperatura e momento de serviço ideal, segundo o autor), nas 230 vinícolas argentinas (com 567 páginas), 210 chilenas (com 523 páginas), 35 vinícolas uruguaias, 40 brasileiras, 20 vinícolas peruanas e 5 vinícolas bolivianas.
Mantendo seu papel de referência e, para facilitar o manuseio e acompanhar as visitas e degustações, nessa edição de 2024, o Guia Descorchados traz notas e comentários dados pelo crítico de vinhos Patricio Tapia, idealizador, autor e organizador da publicação, além de fornecer detalhes e informações sobre as principais vinícolas, recomendações e harmonizações dos vinhos com preparos gastronômicos.
Muito respeitado no universo do vinho, Patricio Tapia formou-se em jornalismo pela Universidade do Chile. Depois, em Degustação e Enologia pela Faculdade de Enologia da Universidade de Bordeaux/França. Diz com muita confiança que o Guia Descorchados “é uma obra essencial para quem deseja conhecer a fundo e manter-se atualizado sobre os vinhos da América do Sul.”
Patricio Tapia, informa que “a análise dos vinhos é feita por categorias e em diversos recortes.” Lista a pontuação do Guia Descorchados que é a seguinte: 80 a 85 pontos para os vinhos simples, 86 a 90 pontos para os vinhos mais complexos, 91 a 95 pontos para os vinhos excelentes e 96 a 100 pontos para os vinhos que se aproximam da perfeição.
Na avaliação de espumantes brasileiros elaborados pelo método tradicional, com a segunda fermentação em garrafa, o Cave Geisse Terroir Nature 2020 ficou em primeiro lugar com uma nota de 95 e foi elaborado com as variedades Chardonnay e Pinot Noir. Veja os demais vinhos espumantes pontuados, tanto pelo método tradicional (com a segunda fermentação na garrafa), quanto pelo método Charmat (com um única fermentação em tanques).
Sabemos que não é fácil avaliar vinhos, tampouco dar notas aos vinhos espumantes brasileiros por conta da grande oferta e qualidade. O case de sucesso do vinho no Brasil é o vinho espumante, resultado de muito trabalho no campo e nas adegas.
Observe nos quadros o N/V (Non Vintage), a indicação de que aquele vinho espumante foi elaborado com uvas colhidas em diferentes safras. E Sur Lie (Sobre Borras) é termo francês usado quando o vinho espumante mante as leveduras na garrafa sem ter feito o degorgement que é a retirada das leveduras que fizeram a segunda fermentação. Outro detalhe: Desde a criação da DOC italiana Prosecco, a variedade Prosecco passou a se chamar Glera, mesmo usado na Idade Média.
Tim-tim ao vinho espumante brasileiro.
@rachelalves.professoravinhos