lA embaixada de Moçambique em Brasília promoveu no sábado (25), no Dúnia Hall, a comemoração do 47º aniversário de independência do país. Em seu discurso, falou da importância da relação com o Brasil e de vários projetos de cooperação bilateral em andamento. “As relações com o Brasil são históricas e sólidas, o que torna os dois países, grandes parceiros culturais e comerciais”, afirmou o embaixador Gamiliel Sepulveda.
De acordo com o diplomata, durante os 47 anos de independência, é preciso ser destacado o sacrifício de todos que dedicaram suas energias pelo país, “realizando o sonho multissecular de milhões de moçambicanos na busca de liberdade, justiça, paz e progresso, encarnados nas figuras de Eduardo Mondlane, arquiteto da Unidade Nacional de Moçambique, e Samora Machel, primeiro presidente que declarou a independência do país”.
Munguambe disse ainda que após se tornar soberano, Moçambique passou por diversas transformações nos campos político, econômico e social. Segundo ele, o país ampliou a participação dos cidadãos na política moçambicana, fomentando a proteção dos direitos do povo, se abriu para investimentos e parcerias com outras nações com o objetivo de ampliar o desenvolvimento do país e gerar uma distribuição de renda mais justa.
ONU – Moçambique, recentemente, foi aceito por unanimidade como membro não permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, reforçando o prestígio que este país africano vem construindo ao longo dos anos na comunidade internacional. “Nosso esforço enquanto membro não permanente da ONU buscará, entre outras, tornar Moçambique um parceiro construtivo nos esforços globais de edificação da paz e um promotor dos direitos da África, contribuindo para um futuro pacífico e próspero, contribuindo para a paz e segurança internacionais”, disse Munguambe.
Na área social, o diplomata afirmou que ainda há muito que se fazer para assegurar aos cidadãos o bem estar que todos almejam. Munguambe chamou atenção ao dizer “De um país dilacerado pela guerra da independência e pelos regimes militares, Moçambique veio a atingir índices elevados na educação e na saúde. Em 1975, o nível de analfabetismo oscilava entre 93% e 98%, índice que, em 2021, baixou para 39%”. O embaixador africano finalizou seu discurso se dizendo orgulhoso do que Moçambique vem conquistando desde sua independência.
Cooperação bilateral – A diretora do Instituto Rio Branco, embaixadora Gilvânia Maria de Oliveira, ao discursar disse que as relações diplomáticas entre o Brasil e Moçambique, estabelecidas em 1975, continuam a se fortalecer a cada ano. O país africano, segundo ela, é um dos maiores beneficiários da cooperação técnica brasileira nas áreas da saúde, agricultura, educação e formação profissional, com forte intercâmbio comercial bilateral. “Destaco o Brasil como a maior nação afrodescendente fora do continente africano. Nós nos orgulhamos disso. O povo brasileiro se identifica profundamente com a África e, em especial, com Moçambique”, discursou Gilvânia de Oliveira.
Além da embaixadora Gilvania Maria de Oliveira, a comemoração da independência moçambicana contou com a presença do decano do Corpo Africano, o embaixador de Camarões, Martin Mbeng , outros chefes de missão, representantes do corpo diplomático, membros de organizações internacionais, oficiais do governo brasileiro e moçambicanos residentes no Distrito Federal.