A ONU lançou nesta sexta-feira (24/2) uma iniciativa global “histórica”, reunindo muitos países, como França e Alemanha, para acelerar a produção de vacinas, tratamentos e testes contra o novo coronavírus e garantir seu acesso equitativo.
Esta iniciativa foi apresentada durante uma conferência virtual que reuniu vários países, organizações internacionais, entre elas a Organização Mundial da Saúde (OMS), fundações e empresas privadas.
“Esta é uma colaboração histórica para acelerar o desenvolvimento, a produção e a distribuição equitativa de vacinas, diagnósticos e tratamentos contra a Covid-19”, declarou o diretor-geral da OMS, a agência de saúde da ONU, Tedros Adhanom Ghebreyesus. “Nosso compromisso comum é garantir que todos tenham acesso a todos os instrumentos que visam a triunfar sobre a Covid-19”, acrescentou.
Também se pronunciaram o presidente francês, Emmanuel Macron; a chanceler alemã, Angela Merkel; os chefes de governo italiano, Giuseppe Conte, e espanhol, Pedro Sanchez; bem como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Nem a China, onde os primeiros casos do novo coronavírus foram anunciados no final de dezembro, nem os Estados Unidos, hoje o epicentro da pandemia com quase 50 mil mortes e 900 mil casos, foram representados.
Até o presente momento, a pandemia matou mais de 190 mil pessoas em todo mundo, e 2,7 milhões de pessoas foram oficialmente infectadas, segundo uma contagem da AFP com base em balanços oficiais.
Macron fez um apelo pelo desenvolvimento de uma vacina “acessível em todos os lugares, inclusive nos países mais vulneráveis. É também isso que nos permitirá retornar à vida normal o mais rápido possível”. Vencer a pandemia de coronavírus requer “o maior esforço de saúde pública da história”, alertou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
“O mundo precisa desenvolver, produzir e garantir uma distribuição equitativa” de vacinas e tratamentos quando disponíveis, “não de uma vacina ou tratamento para um país ou região ou metade do mundo – mas uma vacina e tratamento acessíveis, seguros, eficazes, fáceis de administrar e universalmente disponíveis – para todos, em qualquer lugar”, defendeu.
A preocupação vem principalmente dos países mais pobres, que não têm meios financeiros para competir com os mais ricos na corrida pela aquisição de estoques de vacinas, medicamentos, ou kits de diagnóstico.
Essa desigualdade de acesso já foi constatada em epidemias anteriores, e “não podemos aceitar isso de novo” na atual crise, alertou o diretor-geral da OMS. Nesse sentido, “a África é extremamente vulnerável à devastação do vírus e precisa de todo o apoio e assistência possível”, disse o presidente em exercício da União Africana, o sul-africano Cyril Ramaphosa.