A Organização das Nações Unidas (ONU) e os rebeldes huthis do Iêmen anunciaram neste domingo um acordo para a retomada da distribuição de alimentos nas zonas controladas por este grupo insurgente no país em guerra, que estava suspensa desde 20 de junho.
O documento foi assinado no sábado em Sanaa, capital do Iêmen controlada pelos huthis, indicaram neste domingo os meios de comunicação controlados pelos insurgentes. A ONU confirmou o acordo.
O acordo prevê, entre outros aspectos, a criação de uma base com dados biométricos dos civis que precisam de ajuda, com o objetivo de alcançar uma “distribuição efetiva e eficaz” e que “beneficie aos mais pobres”, informou o site Alsyasiah.
O acordo também menciona a “transparência total” da distribuição e das operações de registro dos beneficiários da ajuda, segundo a mesma fonte.
“Após negociações com as autoridades com sede em Sanaa, o Programa Mundial de Alimentos (PAM) assinou um acordo de alto nível que constitui um passo importante para a adoção de garantias (…) de nossa operação humanitária no Iêmen”, declarou Hervé Verhoosel, porta-voz desta organização vinculada às Nações Unidas.
A ajuda foi suspensa em 20 de junho após acusações de que os rebeldes huthis estavam desviando os alimentos destinados aos civis. O conflito no Iêmen deixou dezenas de milhares de mortos, em sua maioria civis, segundo várias organizações humanitárias.
Quase 3,3 milhões de pessoas permanecem deslocadas e 24,1 milhões, quase 80% da população do país, precisam de ajuda, informou a ONU. Os rebeldes huthis, que têm o apoio do Irã, enfrentam as forças leais ao governo, apoiadas desde 2015 por uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita.