A Organização das Nações Unidas (ONU) busca 3,6 bilhões de dólares a mais para seu Plano Global de Resposta Humanitária para combater a pandemia, alertando nesta quinta-feira (16) os países desenvolvidos sobre “o preço da inação” casos os países mais pobres não recebam ajuda. “Existe um grave risco de escassez de alimento ao fim deste ano e início do próximo. Temos que investir agora para evitar isso”, declarou em coletiva de imprensa Mark Lowcock, subsecretário-geral da ONU para assuntos humanitários.
Além de Somália, Sudão do Sul, Iêmen e Nigéria, que já se veem afetados pela escassez de alimentos, Lowcock mostrou preocupação com as situações de Sudão, Zimbábue e Haiti. Os fundos adicionais serviriam também para pagar equipes médicas, campanhas de informação e para estabelecer pontes aéreas humanitárias na África, na Ásia e na América Latina. “A resposta até agora das nações ricas às situações em outros países tem sido extremamente inadequada”, criticou Lowcock.
“Os problemas maciços que o mundo enfrenta podem ser abordados com relativamente pouco dinheiro e muita imaginação”, continuou. Trata-se do terceiro pedido por doações formulado pela ONU desde que a organização lançou o plano em março, quando buscava 2 bilhões de dólares em financiamento adicional. O novo pedido eleva para 10,3 bilhões de dólares o valor total que a ONU pretende captar. Desde março, a organização só conseguiu arrecadar 1,7 bilhão.
Lowcock citou as negociações no Congresso dos Estados Unidos e na União Europeia e lamentou o fato da ajuda dos países do Golfo ter demorado tanto. “Queremos ver estes países voltando a desempenhar o papel que desempenharam nos últimos dois ou três anos”, afirmou, destacando “o risco de uma redução significativa da ajuda do Reino Unido”. A China se comprometeu recentemente a desembolsar 2 bilhões de dólares em ajuda aos países mais pobres. Seria positivo que “uma proporção significativa desses recursos pudesse ser usada diretamente no apoio ao plano da ONU”, concluiu Lowcock.