Nesta quinta-feira (24), a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou resolução sobre o conflito na Ucrânia responsabilizando a Rússia pela crise humanitária decorrente da guerra. Foram 140 os países a favor e 5 contra: Rússia, Bielorrússia, Eritreia, Coreia do Norte e Síria. O Brasil votou a favor da resolução e 38 nações se abstiveram. O conflito até agora – segundo a mídia europeia – já movimentou cerca de 3,5 milhões de refugiados. O texto aprovado exige “a cessação imediata das hostilidades por parte da Rússia contra a Ucrânia”. E o fim de cercos a cidades do país, em particular Mariupol, cidade estratégica e atualmente sitiada, que os russos tentam controlar. Vasily Nebenzya, representante permanente da Rússia na ONU, disse após a reunião que o Ocidente exerceu pressão sem precedentes na votação. “Após votação, os membros da ONU vão apreender a lição de manipulação dos princípios humanitários”, declarou.
Otan e fake news – Hoje, a China acusou o secretário-geral da Otan, o norueguês Jens Stoltenberg, de espalhar desinformação. Stoltenberg disse que Pequim apoia a operação militar da Rússia na Ucrânia. “Para resolver uma crise, devemos ser calmos e racionais, não jogar lenha na fogueira”, afirmou o porta-voz chinês Wang Wenbin em entrevista coletiva. A informação é da correspondente da Rede Telesur na China, Iramsy Peraza. Wenbin destacou que a China sempre defendeu “que a Ucrânia seja uma ponte entre o Oriente e o Ocidente. E não a vanguarda de um grande jogo de poder”. Stoltenberg havia dito que a Otan refuta “o apoio político dado à Rússia pela China, mesmo através da disseminação de mentiras e desinformação”.
O chefe da Otan, em tom mais moderado, também disse que a Aliança Atlântica precisa apoiar a Ucrânia, apesar de ressalvar: “Temos a responsabilidade de impedir que este conflito se transforme numa guerra total entre a Otan e a Rússia. E é por isso que os aliados deixaram bem claro que não vamos enviar tropas para o terreno na Ucrânia”.
Reunião da cúpula ocidental em Bruxelas – Por outro lado, a Otan vai enviar mais apoio militar ao país governado pelo ex-comediante Volodymyr Zelensky, que assumiu o poder com apoio ocidental após golpe que derrubou o então aliado da Rússia, Viktor Yanukovych, em 2014. “Vamos continuar a impor custos sem precedentes à Rússia e vamos reforçar as missões de dissuasão e defesa”, anunciou Stoltenberg, à saída de reunião do bloco militar em Bruxelas.
Com a presença dos líderes Boris Johnson (Reino Unido), Emmanuel Macron (França) e Olaf Scholz (Alemanha), além do “chefe” do bloco, o norte-americano Joe Biden, os “aliados”, como define a mídia ocidental, estabeleceram a meta de fortalecer o lado oriental da Otan com quatro novos “grupos de batalha”: Romênia, Bulgária, Hungria e Eslováquia. A intenção é proteger “em cada polegada de território os países aliados da OTAN”, disse Biden.
Fonte: RBA