ONU Brasil
As metas para reduzir os índices globais de infecções e mortes por malária não estão sendo cumpridas, afirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS) na edição de 2018 de seu relatório sobre a doença, divulgado nesta segunda-feira (19).
O estudo revela que, embora novos casos tenham caído de forma constante até 2016, o número cresceu de 217 milhões para 219 milhões em 2017. Metas estabelecidas pela estratégia técnica global da OMS para a malária de 2016 a 2030 pedem uma queda de ao menos 40% nas taxas de incidência e morte por malária até 2020.
Em resposta, a OMS e seus parceiros lançaram um plano liderado por países – coincidente à divulgação do relatório – com objetivo de aumentar prevenção, tratamento e investimentos para proteger pessoas vulneráveis, retomando as reduções dos casos e de mortes por malária.
O plano segue o princípio de que ninguém deveria morrer por uma doença que pode ser facilmente prevenida e diagnosticada e que é inteiramente curável com tratamentos disponíveis.
“O mundo enfrenta uma nova realidade: conforme o progresso fica estagnado, estamos em risco de desperdiçar anos de trabalho, investimentos e sucessos na redução do número de pessoas sofrendo com a doença”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. “Reconhecemos que temos que fazer algo diferente – agora”.
Cerca de 70% de todas as mortes em 2017 se concentraram na Índia e em dez países africanos (Burquina Faso, Camarões, República Democrática do Congo, Gana, Mali, Moçambique, Níger, Nigéria, Uganda e Tanzânia).
Embora a Índia – que representa 4% dos casos mundiais de malária – tenha demostrado progressos na redução da doença (uma queda de quase um quarto), casos nos países africanos cresceram em 3,5 milhões, em comparação ao ano interior.
Comentários positivos foram feitos sobre o Paraguai, que este ano foi certificado como livre da malária, sendo o primeiro país das Américas a receber este status em 45 anos. O número de países próximos da eliminação agora cresceu de 37 para 46. Três países – Argélia, Argentina e Uzbequistão – pediram certificação oficial de fim da malária para a OMS.
Financiamentos domésticos foram identificados como essenciais para o sucesso da estratégia da OMS para a malária. A agência da ONU diz que financiamentos, que se estabilizaram, precisam chegar a ao menos 6,6 bilhões de dólares anualmente até 2020 – mais que o dobro da quantia disponível atualmente.