Ana Cristina Dib
A Organização Mundial do Comércio (OMC) iniciou nesta quarta-feira (11) a primeira sessão de sua sétima revisão às políticas comerciais da China. A segunda sessão está programada para sexta-feira.
Liderada por Wang Shouwen, vice-ministro do Comércio e vice-representante de comércio internacional da China, uma equipe com 30 funcionários de 14 departamentos do governo chinês, assim como o chefe da missão chinesa na OMC, o embaixador Zhang Xiangchen, participou da sessão.
De acordo com Wang, desde a integração da China à OMC em 2001, foram alcançadas mudanças significativas, mas uma coisa não mudou: a constante busca da China pela abertura para cooperação e benefício mútuo com todos os países.
Durante a sessão, Wang disse que a China ofereceu extraordinárias oportunidades de mercado para produtos e serviços mundiais.
“Desde 2001, quando a China se integrou à OMC, até 2017, as importações chinesas de mercadorias aumentaram com uma taxa de crescimento média anual de 13,5%, o dobro da média mundial”, assinalou.
Wang acrescentou que em 2017, as importações da China representaram 12,8% do total mundial. Entre 2001 e 2017, as importações de serviços da China registraram um crescimento médio anual de 16,7%, 2,7 vezes que o crescimento médio mundial.
Segundo Wang, as empresas de investimento estrangeiro na China obtiveram oportunidades de desenvolvimento sem precedentes. Em 2017, elas contribuíram com 44,8% do comércio exterior total de bens da China.
As receitas por vendas das empresas de investimento norte-americano na China alcançaram US$ 600 bilhões em 2016, em comparação com os US$ 45 bilhões em 2001.
Wang citou a mais recente pesquisa da Câmara Europeia de Comércio na China dizendo que as operações das companhias europeias no país continuaram melhorando em 2017. Cerca de 66% dos entrevistados reportaram maiores receitas que em 2016, e 93% reportaram crescimento em lucros.
Wang também disse que a proteção dos direitos de propriedade intelectual (DPI) na China beneficiaram em grande medida os proprietários de DPI. Os royalties que a China pagou para os proprietários estrangeiros de DPI aumentaram de US$ 1,9 bilhão em 2001 para US$ 28,6 bilhões em 2017.
Ele também fez referência ao livro branco de 2018 da Câmara Americana do Comércio na China, que diz que entre os assuntos mais desafiadores para as empresas com investimento americano na China, a propriedade intelectual se localiza em 12º lugar. Já não é um grande problema para seus negócios.
Até abril de 2018, o país asiático tinha submetido 17 disputas à OMC e tinha enfrentado 41 reclamações. “Até agora, nenhuma das reclamações solicitou represálias contra a China”, indicou Wang.
O país recebeu até agora 1.963 perguntas por escrito de 42 membros da OMC e respondeu 1.627 perguntas submetidas por 33 membros até duas semanas antes da revisão das políticas comerciais.
As respostas às restantes perguntas serão oferecidas por escrito em um mês conforme a regra, disse Wang. O embaixador do Benin na sede da ONU em Genebra, Eloi Laourou, inaugurou a reunião e resumiu o relatório preparado pelo secretariado da OMC para a revisão das políticas comerciais.
Ele ressaltou que a China adotou diversas mudanças em suas políticas e medidas de comércio e investimento desde a revisão anterior. O país continuou com os esforços para reformar seus procedimentos alfandegários, com cerca de um terço das importações sendo declarado agora por guichê único.