Brasília – A Organização Mundial do Comércio (OMC) projetou hoje (31) um crescimento de 8% para o comércio mundial de mercadorias, superior à previsão de 7,2% feita anteriormente pela instituição. Na avaliação da OMC, o comércio internacional está pronto para uma retomada mais robusta -e rotulada como desigual- após superar o choque causado pela Covid-19 à economia mundial.
O crescimento mais elevado do comércio mundial projetado pela OMC dá sequência à recuperação iniciada no ano passado, quando as trocas de mercadorias entre os países registraram uma contração de 5,2%, ante previsões anteriores da ordem de 9,2%. Em relação a 2022, a OMC prevê que o crescimento das exportações e importações poderá registrar uma desaceleração de 4%.
Ao apresentar as principais estatísticas e previsões comerciais anuais feitas pela OMC, a Diretora-Geral da Organização, Ngozi Okonio-Iwea, destacou que “após uma queda acentuada no primeiro semestre do ano, o comércio se recuperou mais rapidamente do que o esperado no segundo semestre de 2020. Essa recuperação continuou, e a previsão de comércio de base da OMC prevê um aumento de 8% no volume do comércio mundial de mercadorias para 2021”.
Segundo Ngozi Iwea, a Covid-19 continua a representar a maior ameaça para as perspectivas para o comércio. Novas ondas de infecção podem facilmente prejudicar ainda mais qualquer recuperação esperada. Apesar disso, ela afirma que “o rápido desenvolvimento de vacinas eficazes deu ao mundo uma chance realista de parar esta doença em suas trilhas e impulsionar a economia mundial ao mesmo tempo, mas esta oportunidade poderia ser desperdiçada se um grande número de países e pessoas não tivessem igual acesso às vacinas”.
A Diretora-Geral da OMC considera o aumento da produção e distribuição de vacinas em todos os países fundamental para uma maior recuperação das economias e segundo ela, “dependendo da rapidez com que possamos encerrar a pandemia, o comércio pode ter um grande ressurgimento nos próximos dois anos ou pode experimentar uma recuperação mais fraca e prolongada. Vacinações aceleradas permitiriam que as medidas de contenção fossem relaxadas mais cedo, o que poderia aumentar o crescimento do comércio em até 2,5 pontos percentuais acima da previsão de referência em 2021 – retornando o comércio à tendência pré-pandêmica.
Apesar de otimista em relação ao crescimento da produção mundial de vacinas contra o Coronavírus, ela adverte que “por outro lado, se a escassez de oferta continuar, ou se surgirem cepas do vírus resistentes à vacina, o crescimento do comércio pode acabar 2 pontos percentuais abaixo da previsão de referência”. E advertiu que “somente aumentando a produção de vacinas e tornando-as mais amplamente disponíveis podemos esperar que a economia mundial volte a funcionar a todo vapor”.
A Diretora-Geral destacou ainda que se a previsão atual da OMC for realizada, as exportações da Ásia no final de 2021 seriam 10% maiores do que em 2019, enquanto a maioria das outras regiões veria aumentos menores ou diminuições modestas. Por exemplo, as exportações da Europa e da América do Norte seriam estáveis, enquanto os embarques da África e do Oriente Médio cairiam 4% e 3%, respectivamente. O lado das importações veria quedas na América do Sul (-3%), África (-2%) e Oriente Médio (-6%), enquanto a Ásia (+ 5%) e América do Norte (+ 7%) aumentariam, refletindo a força relativa de suas recuperações econômicas.
(*) Com informações da OMC