Súsan Faria
Fotos: Eliane Loin
O Brasil reconheceu o Sultanato de Omã em 1974, quando os dois países estabeleceram relações diplomáticas. Em 2008, a embaixada brasileira instalou-se em Mascate, a capital. Em 2010, Omã abriu embaixada em Brasília. Em Omã, as mulheres têm direito ao voto e a concorrerem às eleições. Têm cargos ministeriais no Sultanato e são nomeadas embaixadoras no estrangeiro. Também trabalham no setor privado. O país passou por muitas mudanças desde 1970.
Situado no coração do mundo árabe, com 309.500 de área, fronteira com Yemen, Arabia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, Omã comemora 47 anos de independência, no dia 24 de novembro, com modernidade e boa qualidade de vida. O país deixa um passado de dificuldades para grande evolução.
Em menos de cinco décadas, a nação conseguiu avanços em todos os setores, e a expectativa de vida daquela população, que em 1970 era de apenas 49,3 anos de vida, subiu muito. Em Brasília, a festa nacional de Omã foi antecipada para o dia 21, no Dúnia City Hall.
Em 1970, havia apenas três escolas primárias em Omã, uma clínica de saúde, 10 km de estradas asfaltadas. Em 2010, já eram mais de 1.200 escolas, uma universidade estatal e 12 privadas, 58 hospitais e 933 policlínicas e 23.349 km de estradas asfaltadas. A esperança de vida subiu para 74 anos. Em poucos anos, o país tornou-se moderno e atrativo com excelente infraestrutura, graças ao petróleo e a ascensão ao poder do sultão QabusbinSa’id Al As’id, que tem administrado o país com eficiência e dinamismo.
Os dados e avaliações acima estão nos textos dos painéis da exposição itinerante mundial apresentada em Brasília, durante as festividades da independência de Omã e que pode ser vista também virtualmente. A exposição apresenta estatísticas, fotografias e textos sobre vários aspectos do país, como religiosidade, situação das mulheres, sistema jurídico e educação. Traz como slogan Tolerância, Entendimento, Coexistência.
Renascimento – Ao abrir a festa em Brasília – após a execução dos Hinos Nacionais do Brasil e Omã pela Banda de Música do Batalhão da Guarda Presidencial – o embaixador Amad Hamoud Salim Al Abri afirmou que o 47º aniversário de Omã é uma data gloriosa de renascimento do país, sob a liderança do sultão Qabus Bin Sa’idAlAs’id. A seu ver, a data é um marco na história do país e da sua civilização milenar. “As conquistas em Omã estão nos variados campos e são fonte de orgulho e admiração, difundem a ciência e o conhecimento, proporcionando vida segura e decente a todos os cidadãos, onde quer que estejam, onde quer que vão”, afirmou.
Na avaliação do embaixador Amad Salim, o sultanato de Omã esforçou-se– desde o renascimento – para estabelecer o estado de direito, com instituições sólidas, tocando no melhor para o povo, para que este acompanhe o mundo, preservando identidade e valores. “A política externa baseia-se nos princípios da paz, harmonia,cooperação, resolução pacífica de disputas e não interferência em assuntos internos de outras nações”, afirmou. Segundo o embaixador, a economia de Omã hoje procura diversificar as fontes de renda reduzindo a dependência do petróleo.
Investimentos estrangeiros – O atual plano quinquenal tem como foco vários setores como a indústria manufatureira, logística, turismo e riqueza agrícola. “Os investidores estrangeiros são bem-vindos e a embaixada está à disposição para fornecer todas as facilidades a esse respeito”, disse o embaixador.Destacou que as relações entre os dois países (Brasil e Omã) são marcantes e notáveis, com a assinatura de acordos em vários campos e a presença da Vale do Rio Doce – a maior mineradora em Omã – o queevidencia as boas relações econômicas. “Desejamos realizar outros projetos conjuntos entre os dois países”, disse.
Em seguida cumprimentou o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), pelo aniversário. O parlamentar, que completou 57 anos, disse querer levar uma palavra de afeto do parlamento brasileiro. “Todos temos um carinho especial por essa pátria que é Omã. Lá o presidente Michel Temer foi muito bem recebido. As relações entre os países são cada vez mais promissoras e positivas”, comentou.
A embaixadora Lídia Scherer, diretora do Departamento de Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores, destacou que hoje lembramos os valores que movem o povo omaniano em sua trajetória, valores largamente compartilhados pelo Brasil. “É um país vibrante eaberto ao mundo que, impulsionado por seus vizinhos navegadores, há séculos cultiva com outras nações os mais diversos vínculos comerciais, culturais e sociais”, comentou.
Comércio Exterior – Na avaliação de Lídia Scherer, a ênfase no desenvolvimento social, a tolerância pela diferença interna e externamente e a busca ativa pela paz são princípios que acompanham o progresso de Omã e também caros ao Brasil. “Sobre essas bases comuns, as relações entre nossos países têm tido desenvolvimento constante, especialmente durante a última década. No domínio econômico, Omã é destinatário do maior investimento brasileiro no Oriente Médio: a usina para processamento de ferro e o terminal portuário da Vale, da ordem de 3 bilhões 300 milhões de dólares”, comentou.
Ainda de acordo com a embaixadora, entre 2000 e 2016, o intercâmbio comercial entre os dois países aumentou 360% chegando a 588 milhões de dólares em 2016. “É de nosso interesse que o comércio e investimentos de parte a parte se intensifiquem, sobretudo nas áreas de aviação, alimentos, construção civil, defesa, indústria elétrica e eletrônica”, afirmou, lembrando que nos últimos anos, “nosso quadro jurídico bilateral foi incrementado, em matéria de isenção de vistos e promoção de investimentos, além de estabelecimento de comissão mista bilateral, cuja primeira reunião se realizou em fevereiro 2016. Hoje celebramos também a sincera amizade de nossos países”.
SERVIÇO: para ver a exposição de painéis de Omã, veja: http://www.islam-in-oman.com/pt/islao-mensagem-oma-exposicoes/exposicao-virtual.html