Felipe Amorim
Do UOL, em Brasília
Os números foram divulgados hoje pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento) e mostram que o Brasil perdeu cinco posições no ranking e passou do 79º para o 84º lugar, apesar do leve aumento no índice nacional, que foi de 0,762 para 0,765 entre os anos de 2018 e 2019.
No mesmo período, a média do IDH mundial também avançou 0,003 ponto, como o Brasil, e foi de 0,734 para 0,737. A região da América Latina e Caribe avançou de 0,764 para 0,766. O IDH mede o progresso dos países em saúde, educação e renda. Para esse indicador, quanto mais próximo de 1, mais alto é o desenvolvimento humano. O ranking é liderado pela Noruega, cujo IDH é de 0,957. Na outra ponta, o Níger tem o pior índice, de 0,394.
Os principais fatores que compõem o IDH são a expectativa de vida, os anos de escolaridade e o PIB (Produto Interno Bruto) per capita, que é a quantidade de riqueza produzida por um país dividida pelo número de habitantes. Os dados mundiais divulgados hoje dizem respeito às estatísticas dos países referentes ao ano de 2019. Por serem relativos ao ano passado, o índice não reflete o impacto da pandemia do novo coronavírus sobre os países.
IDH e pressão ambiental Neste ano, pela primeira vez, o Pnud divulgou os números do IDH também com um novo indicador, ajustado a partir da pressão que cada país exerce sobre o meio ambiente. O resultado indica que os países de mais lato desenvolvimento humano são os que mais pressionam o meio ambiente.
O novo indicador, batizado de IDHP (Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado às Pressões Planetárias), é calculado a partir do IDH do país, ponderado com duas variáveis: as emissões de gases causadores do efeito estufa e a quantidade de recursos naturais utilizados pelas cadeias de produção de cada país, proporcionalmente à sua população. Com o resultado do IDH recalibrado pelo novo indicador, o Brasil sobe dez posições no ranking e fica em 74º entre os países do mundo. O efeito é inverso na maioria dos países desenvolvidos, que perdem posições, pois padrões mais alto de renda e consumo costumam vir acompanhados por uma maior pressão ecológica sobre o meio ambiente.
A Noruega, que lidera o ranking do IDH, cai 15 posições quando o indicador é ajustado a partir do índice de pressão ecológica sobre o planeta. Já os Estados Unidos caem 45 posições, e a Alemanha, apenas uma.