A festa enalteceu a parceria entre Brasil e Noruega através da iguaria norueguesa
Raquel Pires
O famoso peixe do país nórdico foi a estrela da noite na sede diplomática em Brasília, na última quinta-feira (20). Celebrou-se a chegada do navio norueguês ‘Nordstjernen’ (a Estrela do Norte) em 1842, ao Rio de Janeiro, carregado com Bacalhau, e iniciando assim a parceria entre os dois países. O evento foi regado à comidas típicas norueguesas. Contou com a presença de diplomatas, do Ministro do Meio Ambiente Edson Duarte, do Secretário-Executivo do Ministério de Minas e Energia Marcio Felix Carvalho Bezerra, o chefe do Comitê Parlamentar Norueguês de Controle e Constituição Dag Terje Andersen, jornalistas, noruegueses e amigos.
O embaixador Nils Martin Gunneng e sua esposa, a brasileira Andrea Gunneng, saudaram todos os presentes em nome do Conselho Norueguês de Pesca. Em seu discurso, o diplomata enalteceu a relação entre os países que cresceu desde a chegada do bacalhau norueguês ao Brasil. “Hoje, nossa cooperação comercial é muito mais abrangente. Mais de cem empresas norueguesas estão estabelecidas no Brasil nos setores de petróleo, gás, transporte e tecnologia marítimos, energias renováveis, alumínio, fertilizantes e muito mais”.
Segundo Gunneng, mais de 21 bilhões de dólares vêm de investimentos diretos noruegueses no Brasil e o bacalhau é um dos produtos que ajuda nessa receita. “Mesmo tendo relações comerciais em várias áreas, é a espécie marítima que a maioria dos brasileiros associa à Noruega. Se o clima não é perfeito para seres humanos, é perfeito para peixe. Nós temos água fria e limpa que dá condições perfeitas para o bacalhau, e que nos permite oferecer a vocês o melhor produto do mundo”, discursou o embaixador.
A Noruega tem atraído a atenção dos brasileiros não só pelo petróleo, mas também pelo bacalhau que pesca e industrializa. A pesca é a segunda principal atividade econômica do país, depois do petróleo. A nação dos vikings é a maior exportadora do peixe do mundo e o Brasil é o segundo maior importador do produto, à frente de Portugal.
A preocupação norueguesa com a água e o meio ambiente foi elogiada pelo Ministro do Meio Ambiente Edson Duarte. A parceria entre os países também foi celebrada. “A Noruega tem sido um grande parceiro do Brasil há mais de 100 anos, e vem ajudando diversos países em agendas internacionais importantes, e no nosso caso, na agenda ambiental. O país foi o primeiro e é maior parceiro do Fundo Amazônia que trabalha na preservação da maior floresta tropical do mundo”.
O Ministro também frisou que o Brasil vem trabalhando para evitar os crimes ecológicos e poluição contra os mares e rios que cortam o Brasil. “Nós já constituímos comissões, mobilizamos os sub governos nacionais para combater esse mal que ataca o bem de toda a humanidade que são os oceanos, mares e vida marinha. A Noruega também pode contar com o Brasil nesse aspecto”.
Conservação
A Noruega é uma nação marítima e investe todos os anos em ações que visam o fim da poluição e a preservação dos mares e ecossistemas que ali estão. Todo ano, valores totalizando mais de sessenta bilhões de dólares são criados nesses setores. Portanto, a gestão sustentável dos mares é crucial para o futuro da Noruega e do mundo, já que o crescimento da população significa mais recursos e serviços do mar, como comida, energia, medicamentos, minerais e transporte.
Todo ano, cerca de oito milhões de toneladas de plástico são despejadas no mar, com grandes impactos ambientais. Seguindo a iniciativa norueguesa, a Assembleia Ambiental da ONU adotou a visão zero de plástico no mar e a Noruega contribuiu com trinta milhões de dólares em 2018. O país receberá a Conferência Internacional ‘Our Ocean’ (Nosso Mar) em 2019, mostrando o interesse em colaborar com ações ambientais.