“A diversidade cultural indígena da América constitui o patrimônio comum da humanidade, que deve ser reconhecido, consolidado e promovido em benefício das gerações presentes e futuras”, discursou a encarregada de negócios da embaixada do Panamá no Brasil, Nadiuzca Ramos, na abertura da mostra Mola, no Instituto Cervantes, na 707/907 Sul. Segundo ela, era uma honra e um orgulho apresentar aos convidados parte da multiculturalidade tão variada e rica da nacionalidade panamenha.
Em sua fala, o embaixador do Panamá, Miguel Lecaro, agradeceu a presença de todos para a comemoração da data nacional e pediu positivismo diante da situação da pandemia, pois todos deveriam dar graças “por estarem todos vivos”. O embaixador disse que o Panamá já está se organizando para a celebração do bicentenário de independência do país. “O presidente Lourentino Lanzo lançou um diálogo nacional convidando a todos os panamenhos a fechar as brechas que nos dividem, a opinar sobre o país que queremos para o futuro, o país que ele define como os cinco Panamas; o moderno, o da classe média, o dos bairros, o rural e agrícola, e o dos condados”, explicou.
Mola em idioma Guna significa roupa ou blusa. Elas se originaram com a tradição da mulher guna de pintar seus corpos com desenhos geométricos. Logo, com a colonização espanhola e subsequente contato com os missionários, os Kunas começaram a transferir sua arte para as telas e a pintá-lo diretamente utilizando a técnica “aplicação ao reverso”. Não se conhece, com certeza, quando ela foi usada pela primeira vez, mas acredita-se que as molas mais antigas têm entre 150 e 170 anos. “São peças únicas que levam a digital do que a artesã sentia no momento de confecciona-las”, explicou Nadiuzca Ramos. De acordo com a diplomata, as peças podem levar de umas semanas até seis meses para ficarem prontas.
Estiveram presentes na exposição os embaixadores da União Europeia, da Espanha, da Nicarágua, do Equador, da Costa Rica e de Honduras.