Guy Parmelin participa de reuniões em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, quando também anuncia doações para o Fundo Amazônico. O ministro esteve acompanhado do embaixador da Suíça Pietro Lazzeri.
O Ministro de assuntos Econômicos, Educação e Pesquisa, Conselheiro Federal da Suíça, Guy Parmelin, esteve em missão econômica, científica e de inovação ao Brasil. De 4 a 8 de julho de 2023, ele participou de eventos, reuniões e assinaturas de acordos. O país europeu está entre os 10 maiores investidores no Brasil, com 660 empresas suíças instaladas no país. A expectativa é que haja uma maior aproximação a partir da visita da missão oficial.
Acompanhado das Secretárias de Estado da Secretaria de Estado de Assuntos Econômicos (SECO) e da Secretaria de Estado de Educação, Pesquisa e Inovação (SERI), além de uma extensa delegação, Parmelin reuniu-se com autoridades em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.
Durante a visita, Guy Parmelin esteve com o Vice-Presidente do Brasil e Ministro do Desenvolvimento, da Industria, do Comércio e Serviços Geraldo Alckmin, além de vários ministros e governadores, e participou da assinatura de um total de três memorandos de entendimento (MoUs) entre as partes presentes.
A missão oficial teve como foco o fortalecimento das relações comerciais e econômicas, a participação da Suíça em grandes projetos de infraestrutura, o acordo de livre comércio entre a EFTA e o Mercosul e a cooperação nas áreas de educação, pesquisa e inovação. Durante a missão, o tema da sustentabilidade também foi discutido com as autoridades, bem como com o setor privado e representantes da comunidade científica.
Nos dias 4 e 5 de julho, o Conselheiro Federal Guy Parmelin esteve em São Paulo onde participou do Fórum “Infrastructure & Race to net zero São Paulo”. Ele também se reuniu com o governador do estado economicamente chave do Brasil, Tarcísio de Freitas. Durante esse intercâmbio, foram assinados MoUs sobre a expansão da cooperação no campo de negócios e inovação entre a Suíça e São Paulo e sobre a cooperação entre as agências de promoção de exportação S-GE e InvestSP.
Já nos dias 5 e 6 de julho, a delegação esteve em Brasília por ocasião do “Fórum Brasil – Suíça sobre investimento e inovação em infraestrutura e sustentabilidade”, o Conselheiro Federal trocará opiniões com o Vice-Presidente e Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços Geraldo Alckmin, o Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o Ministro-chef da Casa Civil da Presidência da República, Rui Costa. A participação desses interlocutores de alto nível no Fórum ressaltou a grande importância das relações com a Suíça para o Brasil e o potencial de cooperação nesses setores.
.EFTA – Durante os pronunciamentos, em São Paulo, Alckmin e Parmelin citaram o acordo comercial negociado entre o Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), da qual a Suíça faz parte. Negociado desde 2017, o acordo com o grupo foi concluído em 2019, após dez rodadas de negociações. Ainda há, contudo, algumas pendências relativas a questões técnicas e, por isso, ainda não foi finalizado.
“Temos todo interesse em ampliar a abertura comercial e a possibilidade de investimentos recíprocos com a União Europeia e a EFTA. Com a União Europeia, o governo já está mais adiantado e estamos confiantes que chegaremos a bom termo. Com a EFTA, poderemos ter complementariedade econômica de investimentos que vão gerar emprego e renda”, disse Alckmin no fórum.
“O acordo Mercosul-EFTA é um instrumento-chave para reforçar ainda mais o potencial de cooperação entre nossos países”, acrescentou Guy Parmelin. De acordo com a página oficial do Mercosul, o comércio entre o bloco e os países da EFTA gira em torno de US$ 7 bilhões anuais. A delegação esteve no Rio de Janeiro onde o Conselheiro Federal Guy Parmelin abriu um painel de discussão em cooperação com o mais importante think tank de política externa do Brasil, o CEBRI, sobre economia, comércio, inovação e sustentabilidade, também com foco especial no acordo de livre comércio EFTA-Mercosul.
Segundo Parmelin, as conversas oficiais ajudarão a fortalecer as relações econômicas e comerciais e promoverão oportunidades para empresas suíças no setor de infraestrutura no Brasil. Ao mesmo tempo, os intercâmbios contribuirão a avançar no processo de conclusão do acordo. As discussões sublinharam ainda o interesse da Suíça em participar ativamente das atividades do G20 sob a presidência brasileira em 2024 e aprofundar a cooperação em educação, pesquisa e inovação. Com vistas à COP30, que será realizada no Brasil em 2025, também será discutido o potencial de cooperação nas áreas de sustentabilidade e inovação.
Comércio bilateral – Com um volume de comércio de 25 bilhões de reais em 2022, um estoque de investimentos diretos suíços de 45 bilhões de reais em 2022 e 65.000 funcionários de empresas suíças, o Brasil é de longe o mais importante parceiro econômico da Suíça na América Latina. Um acordo de dupla tributação está em vigor entre os dos países desde 2022. Em 2019, as negociações sobre o acordo de livre comércio EFTA-Mercosul foram concluídas em substância. O Brasil também é um dos seis países de foco sob o mandato do Conselho Federal de abril de 2021 para melhorar o acesso das empresas suíças a projetos de infraestrutura estrangeiros de grande escala.
Prêmio – Ainda em Brasília, na sede da embaixada da Suíça, Guy Parmelin entregou o primeiro “Prêmio de Sustentabilidade e Inovação” (premiosuico.com.br) a uma empresa e uma start-up brasileiras e a uma empresa e uma start-up suíças, ativas no Brasil, que priorizam a sustentabilidade em seu modelo de negócios e, ao mesmo tempo, são inovadoras.
O Prêmio visa reconhecer e fortalecer empresas e startups brasileiras e suíças que tenham como pilar a sustentabilidade corporativa e inovação como parte de sua estratégia de negócio e cultura institucional
A sustentabilidade é uma prioridade da política exterior da Suíça e uma questão especialmente relevante no Brasil. No âmbito da Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, os dois buscam o equilíbrio entre a preservação e proteção do meio ambiente e integram economias inovadoras e um crescimento inclusivo.
O Brasil representa um contexto interessante e desafiador, onde o desenvolvimento econômico e o comércio internacional estão fortemente vinculados à sustentabilidade. Ambos os países trabalham em mais de 120 iniciativas no Brasil para atingir objetivos de sustentabilidade ambiciosos, que combinam o melhor da inovação suíça e da criatividade brasileira.
As empresas brasileiras premiadas foram Ambipar e Yatoo Yatoo. Já as empresas suíças premiadas foram Hilti e Groam Tech.
Amazônia – Durante a visita da comitiva suíça, Guy Parmelin anunciou que o país passará a fazer doações para o Fundo Amazônia. Ele deu a declaração durante um fórum sobre investimentos e sustentabilidade, realizado no Itamaraty. O conselheiro não citou valores. “A partir de hoje, aprimoraremos nosso engajamento. Tenho o prazer de anunciar que a Suíça vai contribuir para o Fundo Amazônia. A primeira contribuição será nas próximas semanas. Queremos lançar essa parceria com o Brasil e outros países”, afirmou o representante do país europeu.
Em declaração à imprensa, o vice-presidente Geraldo Alckmin agradeceu pela iniciativa dos suíços. “Muito importante para a recuperação da nossa Floresta Amazônica, [gostaria de] destacar a boa parceria econômica e as oportunidades de investimentos”, afirmou. “As Forças Armadas, inclusive, estão presentes na Amazônia para retirar garimpeiros ilegais, invasores de áreas de preservação. Enfim, um trabalho grande na região”, declarou ainda o vice-presidente. Além de Suíça, Estados Unidos e Reino Unido já anunciaram que farão aportes ao fundo.