A chanceler Angela Merkel se nega a participar pessoalmente na reunião de cúpula do G7 nos Estados Unidos em junho, como propôs o presidente americano Donald Trump, devido à pandemia de coronavírus, confirmou neste sábado (30/5) à AFP um porta-voz do governo alemão.
“No momento, levando em consideração a situação geral da pandemia, ela não pode aceitar uma participação pessoal, uma viagem a Washington”, declarou um porta-voz do governo alemão em Berlim, confirmando as informações antecipadas pelo site americano Politico.
“A chanceler federal agradece ao presidente Trump seu convite para a reunião de cúpula do G7”, completou. Merkel, cientista de formação, é a primeira governante do G7 (Estados Unidos, Japão, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha e Itália) a recusar formalmente o convite.
A chanceler está mais exposta à covid-19 devido a sua idade, 65 anos, a mesma do primeiro-ministro japonês Shinzo Abe. Estados Unidos, com mais de 100 mil mortos e 1,7 milhão de contágios, lideram a lista de países mais afetados pela doença no mundo.
Em um primeiro momento, a Casa Branca informou em março que desistia, devido à pandemia, de reunir pessoalmente os chefes de Estado e de Governo do G7 e pensava em uma reunião por videoconferência.
Mas na semana passada, Trump, 73 anos, anunciou que a reunião aconteceria em junho “essencialmente na Casa Branca”, mas que alguns encontros poderiam ser organizados na residência presidencial de Camp David, no estado vizinho de Maryland.
O presidente americano, que pensa nas eleições presidenciais de 3 de novembro, deseja transformar a reunião de cúpula do G7 com os governantes presentes em um símbolo da normalização no país, com o objetivo de reativar uma economia abalada, algo que pode custar caro ao republicano nas eleições.
Na sexta-feira (29/5), a Casa Branca afirmou que Trump e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que passou alguns dias internado em consequência da covid-19, conversaram e concordaram com “a importância de reunir o G7 na presença dos governantes em breve”.
As primeiras reações dos líderes do G7 à proposta de Trump foram bastante prudentes. O presidente francês, Emmanuel Macron, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmaram que estão dispostos a participar “caso as condições de saúde permitam”. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, destacou que era necessário examinar “as recomendações dos especialistas”.