Olaf Scholz foi recebido pelo presidente em sua visita à América do Sul
O chanceler alemão Olaf Scholz reuniu-se nesta segunda-feira (30) , no Palácio do Planalto, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de quem recebeu a promessa de fechar acordo entre Mercosul e União Europeia até julho deste ano. Lula disse, contudo, que quer mudar alguns pontos da negociação, citando preferências em compras governamentais para beneficiar micro e pequenas empresas. O embaixador da Alemanha no Brasil, Heiko Thomas, publicou nas medidas em suas redes sociais a visita do dirigente alemão e do apoio financeiro do país ao Brasil.
Em relação ao Mercosul Lula disse que “alguma coisa tem que ser mudada. Não pode algumas coisas que estão lá. Temos que ser flexíveis, e eles também. Uma coisa que para nós é muita clara é (a questão das) compras governamentais. É uma forma de fazer crescer pequenas e médias empresas com investimento do governo. Estaríamos jogando fora uma forma de desenvolver essas empresas (se fossemos impedidos)”.
O presidente brasileiro lembrou ainda que em seus mandatos anteriores “quase” chegou a concluir o acordo. Mas isso não ocorreu por causa do protecionismo de setores agrícolas da França e a vontade de Brasil e Argentina preservarem suas indústrias. “Quero dizer que nós vamos fechar esse acordo até o fim deste semestre. Para que a gente possa discutir outras coisas. nós queríamos também para pedir acordo para que a OMC (Organização Mundial do Comércio) volte a funcionar”. O chanceler Olaf Scholz também ressaltou a importância de o acordo ser fechado. “O acordo Mercosul e UE é de interesse das duas partes. E por isso precisamos preparar o caminho para fortalecer nossas economias”, disse o alemão.
Amazônia – A Alemanha oficializou também, nesta segunda-feira (30-) que irá auxiliar o Brasil com um “pacote de medidas”, no valor de R$ 1,1 bilhão, voltado para políticas de desenvolvimento sustentável, combate ao desmatamento e inclusão social. Desse total, R$ 192 milhões serão destinados especificamente ao chamado Fundo Amazônia, mecanismo global de compensação pelos esforços de contenção ao desmatamento. Além disso, serão repassados R$ 170 milhões adicionais para os Estados localizados na região amazônica, por meio de empréstimos.
O anúncio foi feito após a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, se reunir hoje com a ministra alemã da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento, Svenja Schulze, que desembarcou em Brasília no domingo. O pacote também prevê que a maior parte dos recursos (R$ 440 milhões) será disponibilizada por meio de juros reduzidos para agricultores poderem reflorestar suas terras. Neste caso, os valores serão ofertados por meio do Banco do Brasil.