Na Câmara, Mauro Vieira defendeu a atual gestão da Política Externa, reiterou críticas a Israel e afirmou que o Brasil não pretende romper relações com a Venezuela.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou, nesta quarta-feira, 13, na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados, que o Brasil não romperá relações diplomáticas com a Venezuela por conta das agressões desferidas por Nicolás Maduro contra o presidente da República e o Itamaraty.
Ele disse acreditar que Maduro não retirará o seu Embaixador do Brasil, chamado para consultas por conta do veto brasileiro ao ingresso venezuelano no BRICS. Sobre a crise política no país vizinho, afirmou que “a solução precisa ser construída pelos próprios venezuelanos e não imposta de fora, com mais sanções e isolamento. Isso nós já vimos que não funciona”, assinalou.
De acordo com o chanceler, apesar das tensões provocadas por Maduro, os dois países mantêm diálogo e o Itamaraty também descarta retirar a Embaixadora Glivânia Maria de Oliveira, de Caracas. O ministro defendeu a gestão da Política Externa atual e assegurou que o Brasil dialoga tanto com o governo como com a oposição.
Sobre a guerra no Oriente Médio entre Israel, Hamas, Hezbollah e Irã, Mauro Vieira voltou a criticar o que chamou de reposta desproporcional por conta do ataque terrorista de 7 de outubro de 2023. “Todo país tem o direito de se defender, desde que dentro das normas do direito internacional. Não é isso que Israel está fazendo. O que começou como ação de terroristas contra civis israelenses inocentes tornou-se punição coletiva de todo o povo palestino”, destacou.
Na sua avaliação, a crise somente será resolvida quando a solução de dois estados for, de fato, implementada. Ao defender a retirada do Embaixador brasileiro de Tel Aviv, o ministro assegurou que o Brasil também não pretende romper relações com Israel.
A audiência pública decorreu da aprovação de dois requerimentos dos deputados Lucas Redecker (PSDB-RS) e Marcel van Hattem (NOVO-RS). Redecker, presidente da CREDN, manifestou preocupação com os próximos passos que o Brasil dará em relação à Venezuela, especialmente após Maduro ameaçar com movimento de tropas para a fronteira entre os dois países.
“Na próxima semana, sediaremos, no Rio, a Cúpula do G20, que atrairá os olhares de todo o mundo. O Brasil estará no centro das atenções e certamente será chamado a se posicionar sobre os temas mais candentes da atualidade, em meio a um contexto geopolítico marcado por fraturas, tensões e conflitos. Será um momento desafiador, em que a nossa diplomacia será colocada à prova”, avaliou o deputado.
Fonte: Assessoria de imprensa – CREDN