Exportações de commodities primárias do Brasil para o país árabe ainda estão em andamento.
Bruna Garcia Fonseca
bruna.garcia@anba.com.b
São Paulo – Como o resto do mundo, a economia marroquina foi afetada pela pandemia do vírus Corona. Os setores mais vulneráveis aos efeitos dessa epidemia global são as indústrias de turismo e têxtil. Em entrevista à Agência de Notícias Árabe Brasileira (ANPA), o embaixador marroquino em Brasília Nabil Daghoughi (foto acima) falou sobre as repercussões da epidemia na situação econômica de seu país, enfatizando que o movimento de trocas comerciais com o Brasil está ocorrendo normalmente.
Segundo a declaração do embaixador Daghoughi, a indústria automobilística foi um dos setores que mais crescem no país árabe, mas ele foi recentemente forçado a suspender suas atividades. Observe que o número de carros fabricados em Marrocos e destinados à exportação chegou a 400 mil carros no ano passado, equivalente a 7 bilhões de dólares. “O objetivo era exportar 1 milhão de carros até 2022”, diz o embaixador, “mas será muito difícil alcançar esse objetivo à luz da interrupção nesse setor, que é um dos setores mais afetados”.
O outro setor que testemunhou um grande impasse devido à disseminação do vírus Corona é o setor de turismo. Nesse contexto, o embaixador marroquino explica: “Costumávamos receber entre 12 e 13 milhões de turistas anualmente, principalmente da União Européia. O número de chegadas do Brasil atingiu cerca de 50 mil turistas. No entanto, há cerca de três semanas, a Royal Air Maroc suspendeu voos para São Paulo e Rio de Janeiro. Os brasileiros que estavam no Marrocos também foram repatriados.
Vale ressaltar que a indústria têxtil marroquina emprega aproximadamente 160.000 pessoas. Segundo o embaixador, esse setor também sofre com a rigidez da estrutura produtiva, como resultado do recente surto de Corona. Ele disse: “É um dos setores mais ativos e afetados pela epidemia, especialmente porque existem matérias-primas importadas da China e, portanto, a demanda por produtos têxteis diminuiu acentuadamente, principalmente dos Estados Unidos e da Europa”.
Brasil – Mas, apesar desse cenário negativo, as relações comerciais com o Brasil mantiveram seu curso natural. Observe que a principal mercadoria que o Brasil importa do Marrocos é fertilizante. O embaixador Al-Daghoughi comentou sobre isso: “A demanda por fertilizantes não diminuiu, pois é um contrato de médio prazo e, portanto, não sentimos seu impacto até agora. Por outro lado, o campo agrícola brasileiro continua a realizar suas atividades normalmente. Segundo o embaixador, não houve mudança nas exportações de commodities agrícolas do Brasil para o Marrocos, principalmente açúcar, soja, café e proteína animal.
Pacote de ação – O governo marroquino adotou um pacote de medidas para combater os impactos negativos e superar essa etapa. O embaixador explicou que o campo da saúde é uma prioridade para garantir a melhor assistência médica eficaz e segura. Consequentemente, o governo está preparando hospitais para fornecer os melhores serviços para os feridos. “A segunda prioridade tem natureza social, pois o governo decidiu pagar parte dos salários e prestar assistência aos trabalhadores informais”, acrescentou.
A terceira prioridade para o governo marroquino é de natureza econômica. Nesse contexto, o embaixador marroquino explicou que o banco central reduziu a taxa de juros e adiou o pagamento de empréstimos bancários e arrendamentos por um período de três meses, além de outras medidas.
Ele disse: “É um pacote de medidas emergenciais destinadas a injetar dinheiro na economia e a quarentena de financiamento. Isso ocorre porque não ajudará se o governo exigir que os cidadãos permaneçam em suas casas, a menos que lhes forneçam renda e comida. ” Ele acrescentou: “Essas medidas foram adotadas com o objetivo de garantir a viabilidade das empresas, bem como o tecido econômico nacional. E em breve vamos superar todos esses obstáculos. ”