Foi com uma visita ao Panteão Nacional, em Paris, com homenagens a duas figuras históricas da construção europeia – Jean Monnet e Simone Veil – que o chefe de Estado francês Emmanuel Macron e a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen inauguraram a presidência francesa da União Europeia.
O programa para estes seis meses é ambicioso, com planos para um corte drástico nas emissões de CO2, novos termos para o acordo de Schengen para melhor combater a imigração ilegal e criar as bases para uma defesa comum e uma autonomia estratégica alargada. Temas prementes, tendo em conta as situações na Ucrânia e no Cazaquistão.
“Sigo os acontecimentos no Cazaquistão com grande preocupação. Os direitos e a segurança dos cidadãos são primordiais. Têm de estar garantidos, por isso apelo ao fim da violência e à contenção. A União Europeia está pronta a ajudar no que puder”, disse Von der Leyen.
As crises no Cazaquistão e na Ucrânia são motivos para reforçar o diálogo com a Rússia, segundo Macron: “Penso que a União Europeia deve dialogar com a Rússia. Dialogar não significa conceder. Significa, em primeiro lugar, fazer um ponto sobre os nossos desacordos e tentar construir o futuro. Temos sanções que existem devido à crise ucraniana e à invasão de 2014. Essas sanções mantêm-se, mas precisamos de dialogar com a Rússia, que de um ponto de vista tanto geográfico como histórico é um ator incontornável para esta arquitetura europeia que devemos construir”, disse o presidente francês.
A relação com a Rússia é um dos temas que causam mais divisões entre os Estados-membros da União Europeia. Apesar do céu azul em Paris e da pompa em volta de França, um dos países fundadores da União europeia, a tarefa de Emmanuel Macron e da sua equipa é um grande desafio. Por detrás das portas fechadas, o ambiente para os próximos seis meses vai ser por vezes mais cinzento.