Os 27 líderes da União Europeia reafirmaram neste sábado (25) seu compromisso com o bloco na capital italiana, durante a celebração do 60º aniversário do Tratado de Roma.
Em cerimônia solene, os 27 governantes dos países da União Europeia (UE), ao lado dos principais representantes de instituições do bloco, assinaram, parágrafo por parágrafo, o Tratado de Roma, na mesma sala do Capitólio da capital italiana decorada com afrescos do século 16, onde foi assinado o tratado constitutivo em 25 de março de 1957, marco inicial da UE.
“Provem hoje que vocês são os líderes da Europa”, afirmou o Presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, para os 27 chefes de Estado e de Governo no Capitólio, na mesma sala em que foi assinado, há 60 anos, o tratado fundador da União Europeia.
O evento aconteceu sem a presença da primeira-ministra britânica Theresa May, que decidiu iniciar o complexo processo de separação do bloco europeu, o Brexit, na próxima quarta-feira (29). O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, declarou na ocasião que “haverá um 100º aniversário da UE”. “Há assinaturas que duram”, afirmou Juncker ao assinar o documento, o Tratado de Roma, com a mesma caneta usada há 60 anos por seu antecessor.
Tratado histórico – Em 1957, a Alemanha, a França, a Itália e os países do Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo) comprometeram-se a “lançar as bases de uma união cada vez mais estreita entre os povos europeus. Havíamos parado de celebrar esta união e isso tem causado uma crise na opinião pública, que fez florescer novamente o nacionalismo, que pensávamos ter sido esquecido”, afirmou, antes da cerimônia, o chefe do governo italiano, Paolo Gentiloni.
No documento, os 27 chefes de Estado reafirmam que a “União [Europeia] é una e indivisível”, em resposta ao Brexit. “A Europa é o nosso futuro comum”, conclui o comunicado oficial.No entanto, a Europa celebra seu 60º aniversário dentro de uma tempestade, enfrentando os ventos da discórdia, da dúvida e da desconfiança popular. Cerca de 30 mil manifestantes – pró e anti-UE – são esperados neste sábado (25), no centro da capital italiana, cercada pelas forças de ordem.
“Alguns estados devem reduzir a sua supremacia, só assim poderemos manter a paz e o futuro da Europa”, declarou um manifestante pró-europeu, Désirée Gargiulo, de 18 anos, estudante de Veneza.
Com o Brexit, mas também com fortes ondas de migração, estagnação econômica, ataques jihadistas e discursos populistas, os atuais 27 chefes de Estado tentam manter o equilíbrio no bloco, que atravessa a pior crise de sua história depois da Segunda Guerra Mundial.
“Roma deve ser o início de um novo capítulo” para uma Europa unida”, finalizou Juncker. “Hoje, em Roma, renovamos uma aliança única de nações livres, lançada há sessenta anos atrás por nossos antecessores”, concluiu Donald Tusk.