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Laços nordestinos nos vinhedos do Sul do Brasil

3 de abril de 2023
em Artigos, Destaque 3
Tempo de Leitura: 5 mins
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Borges de Medeiros, o filho de nordestino que acreditou na indústria vinícola no RS

Rachel Alves Massanori Nariyoshi

A história vitivinícola do Rio Grande do Sul tem raízes históricas vindas do lado espanhol. Diz o Professor Rinaldo Dal Pizzol no livro Memórias do Vinho Gaúcho, Volume 1, Porto Alegre/RS: AGE, 2014, que em 03 de maio de 1626, o lado espanhol se manifestou a partir da missão jesuíta do Padre Roque Gonzales de Santa Cruz (nascido no Paraguai, filho de nobre família espanhola e evangelizador da Companhia de Jesus) que fundou em 1619 a Missão de San Nicolao. Ali foram construídas igreja, escolas e casas. No quintal da igreja os jesuítas cultivavam videiras europeias com mudas vindas de Buenos Aires. Ao lado da igreja ficava a residência e o refeitório dos padres. “No subsolo do refeitório, no fundo da ala que separa os dois pátios, encontrava-se a despensa e a adega” onde eram elaborados os vinhos que iam de San Nicolao para outras Missões. Foi assim que San Nicolao ficou conhecido como o primeiro vinhedo de viníferas do Rio Grande do Sul, afinal a “videira e o vinho sempre tiveram papel fundamental na celebração da Eucaristia católica.”

As Missões jesuítas mascaravam a expansão espanhola em terras brasileiras uma vez que o interesse do Império Espanhol era tomar posse das terras da Bacia Platina (territórios argentinos, paraguaio, uruguaio e brasileiro) usando como pretexto, inicialmente, a evangelização dos indígenas.

 Os bandeirantes paulistas (cujo objetivo era a captura de índios para o trabalho escravo e a procura por ouro, prata e diamante), numa investida agressiva a mando da Coroa Portuguesa, destruíram as Missões. E como consequência dessa luta, tivemos o fim dos primeiros ensaios de Vitis viníferas em território riograndense.

Após essa breve introdução do vinho no estado do Rio Grande do Sul, passaram-se dois séculos até a chegada dos imigrantes europeus. O escritor Laurentino Gomes no livro 1822, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010 – à página 250, diz que “Em 1824 o marquês de Barbacena defendia a importação de europeus – homens altos e claros –  para promover o branqueamento da população brasileira …”. Dito e feito, a população imigrante europeia aqui chegou, cresceu com seus descendentes em terras brasileiras, miscigenando as raças e trabalhando a terra.

Os primeiros imigrantes vieram da Alemanha, França, Holanda, Suécia, Suíça e Polonia. Parte se acomodou em São Paulo e outra parte foi para Rio Grande do Sul, ocupando as áreas baixas e planas do estado, deixando aos imigrantes italianos (que vieram por último), oriundos das províncias do Vêneto e do Trentino, a serra, que era conhecida por ser povoada pelos “bugres”, área de floresta fechada e terreno íngreme que não era indicado para a criação de gado, atividade que até então vinha sustentando a economia do estado, especialmente a produção do charque.  

É nesse ponto da história que entra nosso personagem: Antônio Augusto Borges de Medeiros, filho de pais pernambucanos. Era conhecido pela alcunha de “baiano” (como eram identificados no Rio Grande do Sul os indivíduos nascidos em outros estados). Seu pai era promotor público, nomeado juiz de Direito da cidade de Caçapava do Sul/RS.

Bacharelou-se em direito, foi desembargador, deputado federal, presidente do estado do Rio Grande do Sul (hoje atribuições de Governador), concentrando poder que podia legislar por decretos, nomear seu vice-presidente e seus assessores, ser reeleito quantas vezes quisesse. Assim, manteve-se no poder por 25 anos e sua única interrupção como governante ocorreu nos anos de 1908-1913, quando fez seu sucessor, Carlos Barbosa.  Diz a história que Borges de Medeiros continuava agindo como presidente do estado do Rio Grande do Sul por trás de Carlos Barbosa.

Astuto defensor da causa republicana no Rio Grande do Sul, garboso, elegante, carismático e governando com estilo organizado e eficiente, Borges de Medeiros, juntamente com outros nordestinos moldou a história vitivinícola no estado incentivando a produção da uva e do vinho pelos italianos que ocuparam a Serra Gaúcha.

Borges de Medeiros, seguindo o ideário positivista (cujo objetivo era promover o progresso por meio da aplicação do conhecimento humano), preconizava um governo científico que apoiava a agricultura, levando-o a criar a Estação Agronômica para prestar assistência aos imigrantes agricultores da Serra Gaúcha. Hoje, o órgão com as mesmas funções da citada Estação Agronômica é a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA).  

A Estação Agronômica patrocinou a importação de mudas de uvas para ser cultivada na Serra Gaúcha, o que proporcionou o desenvolvimento da região e contribuiu para o progresso econômico do estado. A pecuária perdeu força econômica e os estancieiros passaram a ter a mesma importância que os agricultores italianos da Serra Gaúcha, agora, os novos agentes da economia do estado riograndense.

Já no início do século XX, a cultura da videira florescia e frutificava. O incentivo do governo a partir daí foi para o aperfeiçoamento da elaboração dos vinhos.  Transcrevo a mensagem que Borges de Medeiros encaminhou à Assembleia Legislativa, em 20 de setembro de 1902, segundo Luiz Antônio Araujo da BBC News Brasil: “A viticultura tem melhorado visivelmente, devido aos trabalhos que a Estação Agronômica há empreendido com eficácia …  Mais do que o aumento da produção, que aliás é animadora, importa aperfeiçoar os processos de vinificação.”

Com tamanho incentivo pelo governo, a produção de vinhos no Rio Grande do Sul teve ascensão de 2,1 milhões de litros anuais em 1905 para 20,8 milhões em 1930. Com o advento do transporte ferroviário as cidades foram crescendo, recebendo benfeitorias como asfalto, iluminação pública, escolas, faculdades, teatros, bancos, empresas de exportação, obras portuárias, serviços públicos, investimento de capitais estrangeiros, chegando o estado do Rio Grande do Sul a ser modelo para os demais estados brasileiros, sob a administração do “baiano” Borges de Medeiros.

Borges de Medeiros manteve fortes e importantes laços com nordestinos que se estabeleceram no estado riograndense e trouxeram valiosa contribuição em diversas frentes como nas Universidades, Segurança e outros setores da administração.

Borges de Medeiros faleceu em 25 de abril de 1961 em Porto Alegre/RS e deixou o legado da cultura da parreira que perdura até os dias de hoje e que ouviremos falar por muitos e muitos anos, uma atividade consolidada crescente no estado do Rio Grande do Sul e por todo o Brasil.

Propomos um brinde aos vinhos do Rio Grande do Sul!

rachel.alves.bsb@gmail.com

@rachelalves.professoravinhos

Tags: Borges de MedeiroslivroRinaldo Dal PizzolRio Grande do SulSan NicolaovinhedosVinho Gaúcho
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