São 17 anos de independência do Reino Unido, 27 anos de libertação pós invasão do Iraque e 50 anos de boas relações diplomáticas com o Brasil
Súsan Faria
Fotos: Eliane Loin
A história e as realizações do povo kuaitiano foram festejadas no país e em todas as embaixadas do Kuwait do mundo este mês. Em Brasília, a comemoração foi no dia 21, no Espaço Dúnia City Hall, no Lago Sul. Em seu discurso para os convidados, o embaixador AyadahAl-Saidi afirmou que seu país atual é próspero, arrojado e aberto ao mundo, com marcantes avanços democráticos. “Esse dinamismo transformou um vilarejo costeiro em um importante centro comercial, empresarial e energético”, disse.
Na opinião do embaixador AyadahAl-Saidi, a resiliência do povo kuwaitiano preservou os avanços diante dos recorrentes desafios encontrados ao longo dos séculos. “É esse mesmo espírito – prosseguiu o diplomata – que move o Kuwait hoje e que molda o futuro promissor do país”. Citou o plano Visão Kuwait 2035 – lançado pelo rei Emir Sab Al-Ahmad Al-Jaber Al-Sabah – em 2017, prevendo investimentos e políticas estruturantes para aquela nação.
Segundo Al-Saidi, no cenário internacional, seu país defende valores como a não-intervenção, a solução pacífica de controvérsia e a cooperação como base para o desenvolvimento, valores largamente compartilhados pelo Brasil. Desde sua independência, o Kuwait tem mediado diversos conflitos em sua região, inclusive tomou a frente da mediação da crise diplomática no Golfo Pérsico, iniciada em 2017. Recentemente, o governo daquela nação organizou uma conferência para discutir a reconstrução do Iraque.
Ainda de acordo com Al-Saidi, as relações bilaterais têm mostrado progresso e sintonia, como no apoio brasileiro para a eleição do Kuwait, em 2017, para um assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Também no ano passado, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi visitou o Kuwait, com comitiva empresarial. Desde a década de 70, é relevante o comércio entre os dois países e durante os últimos cinco anos, a média anual em transações foi de US$ 1 bilhão.
Cidade da Seda – O ministro do Esporte, Leonardo Carneiro Monteiro Picciani, disse ter testemunha do trabalho de quatro anos do embaixador Al-Saidi, em prol da aproximação do Brasil e Kuwait e destacou a influência árabe no Brasil desde a época dos navios portugueses, especialmente na culinária e na música. “Os árabes ajudaram a moldar a história brasileira”, disse. Segundo o ministro, o Kuwait terá a Cidade da Seda, com previsão de 700 mil habitantes, e será um grande entreposto comercial e financeiro.
Já o ministro da Secretaria da Presidência da República, Carlos Marun, lembrou que os dois países têm 50 anos de relações diplomáticas e parabenizou pela data nacional. Também o embaixador Fernando Abreu, secretário-geral da África e Oriente Médio do Ministério das Relações Internacionais (MRE); o ministro da Indústria e Comércio, Marcos Jorge de Lima; a embaixadora Ligia Maria Scherer, diretora do Departamento de Oriente Médio do MRE estiveram presentes.
Data Nacional – o Kuwait – país de monarquia islâmica, localizado no Sudoeste da Ásia, com população de 2 milhões de habitantes – conquistou a independência do Reino Unido em 25 de fevereiro de 1961 e a partir de então sua indústria de petróleo cresceu e a nação teve avanços em várias áreas. Portanto, comemora agora 57 anos de independência. Contudo,em 1990, o país foi invadido pelo Iraque durante sete meses, e teve 773 dos seus poços de petróleo incendiados, o que resultou em grande catástrofe ambiental e econômica. Na guerra, que durou de 2 de agosto de 1990 a 28 de fevereiro de 1991, o Kuwait teve apoio dos Estados Unidos e expulsou o exército inimigo. Dai agora a celebração também dos 27º aniversário da libertação. Com o Brasil, o Kuwait tem meio século de relações diplomáticas.