Ana Cristina Dib
O Itamaraty vai promover nos dias 13 e 14 de novembro uma missão comercial ao Egito liderada pelo ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, e com apoio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira. “O Egito é um país com o qual nós temos um comércio significativo, mas que está aquém das possibilidades”, disse o diretor do Departamento de Promoção Comercial e Investimentos do Ministério, embaixador Orlando Leite Ribeiro.
O diplomata esteve na sede da Câmara Árabe, em São Paulo, nesta segunda-feira (17) para discutir detalhes da missão com o diretor-geral da entidade, Michel Alaby, e com o vice-presidente de Relações Internacionais, embaixador Osmar Chohfi. “Nós estamos cientes que o Brasil tem um saldo expressivo no comércio com o Egito, então nosso desejo é aumentar este comércio como um todo, seja por meio da ampliação das importações do Brasil [de produtos egípcios] ou pela diversificação das exportações brasileiras [ao país árabe]”, destacou Ribeiro.
As exportações do Brasil ao Egito somaram mais de US$ 2,4 bilhões no ano passado, um aumento de 36% sobre 2016. As vendas se concentraram principalmente em açúcar, carne bovina, milho, minério de ferro e frango, segundo dados da Câmara Árabe. Na outra mão, o País importou o equivalente a US$ 155,5 milhões em produtos egípcios, um crescimento de 64,6% na mesma comparação. Fertilizantes, petróleo e derivados, alimentos de origem vegetal e algodão foram os principais itens comercializados.
Ribeiro comentou que as exportações do Brasil ao país árabe estão concentradas em cinco grupos de produtos de baixo valor agregado, portanto, o Itamaraty quer ajuda da Câmara Árabe para identificar empresas que tenham interesse no mercado egípcio e que possam oferecer mercadorias ainda não comercializadas ou que têm pouca participação na pauta.
“Queremos identificar produtos que o Brasil tem e exporta para o mundo, e que o Egito importa, mas de outras origens”, afirmou o diplomata. “Queremos também identificar produtos que os egípcios têm interesse em exportar ao Brasil”, acrescentou. A missão ao Cairo (foto acima) terá participação da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
Dólar em alta
O embaixador avalia que este é um bom momento para as empresas investirem em ações de promoção comercial, pois o dólar está valorizado – cotado acima de R$ 4,00 para venda (R$ 4,12 no fechamento desta segunda) -, o que torna os preços de produtos brasileiros mais competitivos no exterior. Ele ressalta, porém, que as companhias participantes têm que ter capacidade para investir na missão, produtos competitivos e estarem engajadas nos objetivos da viagem. “Queremos que esta seja uma missão de resultados”, declarou.
A ideia é que a delegação tenha representantes de 20 a 25 empresas, para que sejam programados encontros de negócios customizados para cara participante. A intenção é marcar pelo menos cinco reuniões com empresários egípcios para cada um.
“O Egito vive um bom momento, de retomada, e foi identificado lá um grande potencial de crescimento do comércio”, disse Ribeiro. Este potencial é ampliado pelo acordo de livre-comércio entre o Mercosul e o país árabe, que entrou em vigor no ano passado e oferece isenção ou redução tarifária para uma série de produtos.
No dia 09 de outubro, o embaixador vai dar uma palestra na Câmara Árabe para detalhar a missão às empresas interessadas em participar.