ITÁLIA — A Itália bloqueou a exportação de vacinas desenvolvidas pelo laboratório AstraZeneca contra a covid-19 para a Austrália, com base nos regulamentos da União Europeia sobre o controle dessas remessas, uma fonte europeia confirmou à AFP nesta quinta-feira. Segundo a fonte, a decisão é da responsabilidade das autoridades italianas, embora contasse com o apoio da Comissão Europeia.
O jornal italiano La Repubblica mencionou em sua edição eletrônica que se trata de uma remessa de 250.000 doses da vacina. Uma fonte diplomática próxima ao caso mencionou que as “autoridades italianas competentes” receberam do laboratório um pedido de autorização da exportação, embora após consultas à Comissão Europeia o governo tenha decidido pela negativa.
Uma fonte diplomática próxima ao caso mencionou que as “autoridades italianas competentes” receberam do laboratório um pedido de autorização da exportação, embora após consultas à Comissão Europeia o governo tenha decidido pela negativa.
A proposta italiana de negação de autorização teve o apoio da Comissão Europeia — disse a fonte diplomática, que acrescentou que o ministério italiano das Relações Exteriores “expediu a negação de exportação no mesmo dia em que a Comissão informou à Itália que estava de acordo com a medida”.
No dia 28 de janeiro, sob forte pressão devido às dificuldades da AstraZeneca em distribuir o número negociado de doses da vacina anticovid, a UE divulgou um sistema de monitoramento para exportação do produto.
O sistema, chamado “Mecanismo de Licenciamento e Transparência de Exportação” tem o objetivo de coletar informações sobre a produção da vacina contra a covid-19 que será enviada para fora da UE.
Autoridades da UE disseram na época que se tratava de uma “medida de emergência” e não era dirigida a nenhum laboratório em particular, mas claramente oferece aos Estados-membros a capacidade de vetar remessas fora do bloco caso não sejam consideradas “legítimas”.
Ao anunciar este novo sistema de controle, uma fonte anônima garantiu que não se tratava de uma “proibição da exportação”, ainda que tenha admitido que a recusa de autorizar a venda poderia ocorrer “em casos raros”. Assim, a Itália é o primeiro país da UE a usar essa prerrogativa.
Na Itália, 1,52 milhão de pessoas já foram vacinadas, principalmente profissionais de saúde e idosos. Com uma população de cerca de 60 milhões de habitantes, o país já aplicou 4,8 milhões de doses no total.