Após declarações de Lula comparando a resposta militar de Israel contra o Hamas, com o Holocausto e a retirada do Embaixador brasileiro de Tel Aviv, as relações atravessam um dos seus piores momentos.
O governo de Israel pretende recompor as relações bilaterais com o Brasil e para tanto, foi enviado ao país, o diretor-adjunto para América Latina e Caribe, da chancelaria israelense, Embaixador Mattanya Cohen, que tem conversado com diferentes atores políticos.
Nesta quarta-feira, 27, ele e o Embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine, foram recebidos pelos deputados Lucas Redecker (PSDB-RS), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, CREDN, e Greyce Elias (AVANTE-MG), vice-presidente do Grupo de Amizade Brasil-Israel.
Com o cessar-fogo no Líbano, em vigor, Cohen acredita que é possível retomar o diálogo no mais alto nível. Segundo ele, “os dois países possuem uma rica história de relações que devem ser fortalecidas, mesmo que haja divergências”, afirmou. Ele também acredita que é momento de o Brasil restabelecer o seu Embaixador em Israel.
“Eu espero que Israel e Brasil possam voltar a ser amigos e trabalhar juntos. O Brasil é nosso principal parceiro comercial na América Latina. O Brasil é um país muito amado e admirado por diversos israelenses”, assinalou. “Nossos inimigos não são os palestinos ou os libaneses, e sim as organizações terroristas financiadas pela República Islâmica do Irã”, disse.
Cohen explicou que a guerra em resposta ao ataque terrorista do Hamas, não se restringe ao grupo palestino. “São sete frentes, que incluem o Hamas em Gaza, o Hezbollah no Líbano, o Irã, os Houthis no Iêmen, grupos militantes na Cisjordânia e as milícias xiitas no Iraque e na Síria”, explicou.
Sobre os 101 reféns que ainda estariam em posse do Hamas, Cohen afirmou que não é possível saber quantos ainda estão vivos. “O Hamas matou e sequestrou corpos que foram levados para Gaza. Encontramos corpos e vimos as condições nas quais os reféns eram mantidos, nos túneis, sem comida, sem água, sem ar, sem higiene, sem banheiro, sem nada”, descreveu.
“Nós acompanhamos e discutimos essa situação tanto com o Embaixador Celso Amorim, como com o ministro Mauro Vieira, e entendemos que o Brasil tem um papel preponderante a ser exercido junto à uma comunidade que é significativa no nosso país”, reconheceu Redecker.
Fonte: Assessoria CREDN