Segundo o serviço de comunicação do parlamento, os representantes eleitos dos mais importantes partidos iraquianos ausentaram-se do hemiciclo — respeitando o boicote anunciado pelos respetivos dirigentes – deixando apenas 58 dos 329 deputados nos seus lugares, o que impediu a eleição do presidente.
“Não haverá eleições hoje”, confirmou o deputado Michaan al-Jibouri, um dos poucos deputados que esteve hoje no parlamento, acrescentando que não há ainda uma nova data para a escolha do Presidente.
Perante a falta de quórum, os deputados acabaram por deliberar sobre os restantes pontos de ordem de trabalhos, nomeadamente sobre a distribuição dos deputados nas comissões parlamentares.
Em termos aritméticos, era improvável que pelo menos dois terços dos 329 deputados necessários para realizar a votação estivessem presentes no hemiciclo, já que havia indicações de uma estratégia de boicote à eleição.
A fação do influente clérigo xiita Moqtada Sadr, a Coligação de Soberania, liderada pelo presidente do parlamento, Mohamed al-Halboussi, bem como o Partido Democrático do Curdistão (PDK), representando 155 deputados, tinham anunciado as intenções de boicote à sessão, alegando a necessidade de ter mais tempo para chegar a um acordo sobre um candidato.
No campo político oposto, a coligação que reúne partidos xiitas pró-Irão também expressou a sua intenção de não participar na votação de hoje.
Cerca de 25 candidatos disputam a presidência da República, destacando-se duas figuras veteranas no cenário político iraniano: Hoshyar Zebari, ex-ministro do PDK, e o atual Presidente Barham Saleh, apoiado pelo partido rival, a União Patriótica do Curdistão (PUK).
No entanto, a candidatura de Zebari foi temporariamente suspensa no domingo pela Justiça iraniana, após uma denúncia apresentada por deputados com base em acusações de corrupção.