Segundo a chancelaria russa, Argentina também quer integrar bloco
O Irã quer se tornar membro do grupo de economias emergentes conhecido como Brics. Segundo o Ministério das Relações Exteriores do país, a adesão ao bloco, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, “resultaria em valores agregados para ambos os lados”. A cúpula de Joanesburgo, que será realizada entre os dias 22 e 24 de agosto, poderia ser o primeiro passo para essas adesões.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que a Argentina também se candidatou para fazer parte do grupo. Autoridades argentinas não puderam ser contactadas de imediato para comentar.
O presidente da Argentino, Alberto Fernández, que está atualmente na Europa, reiterou nos últimos dias seu desejo de que a Argentina se junte ao Brics.
“Enquanto a Casa Branca pensava sobre o que mais poderia desligar, proibir ou estragar no mundo, a Argentina e o Irã se candidataram para entrar no Brics”, disse Zakharova no aplicativo de mensagens Telegram.
Há muito tempo, a Rússia vem pressionando para forjar laços mais estreitos com a Ásia, a América do Sul e o Oriente Médio, e intensificou esforços recentemente para resistir às sanções impostas pela Europa, os Estados Unidos e outros países por causa de sua invasão à Ucrânia.
Nessa segunda-feira (27), os Estados Unidos e outras nações ocidentais prometeram apoio inabalável à Ucrânia, após 28 civis terem sido mortos em diversos ataques russos, incluindo um com mísseis contra um shopping center lotado.
A Rússia nega ter como alvo civis no que chama de “operação militar especial” para desarmar a Ucrânia e protegê-la de fascistas. A Ucrânia e seus aliados no Ocidente dizem que a guerra é um ato de agressão sem provocação.
Vice-ministro – O vice-ministro de Assuntos Políticos do ministério dos Negócios Estrangeiros do Irã, Embaixador Ali Bagheri Kani, está no Brasil para a 12ª Reunião de Consultas Políticas. A adesão ao Brics foi um dos temas tratados com o presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), deputado Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP), no dia 9. Kani está no Brasil para a 12ª Reunião de Consultas Políticas bilaterais.
O vice-ministro também expressou o interesse iraniano em fortalecer as relações com o Brasil nos âmbitos econômico, comercial, político e cultural. De acordo com o vice-ministro, “a parceria entre o Brasil e o Irã é a favor da estabilidade global e os dois países devem ter uma maior participação na definição e condução das pautas internacionais”, afirmou.
Ainda em 2023, os dois países devem se reunir para o diálogo econômico, como parte dos eventos que marcam os 120 anos das relações bilaterais. “O Irã é um sócio estratégico do Brasil, com uma grande participação no nosso comércio agrícola e no fornecimento de produtos petroquímicos”, explicou Paulo Alexandre.
“Por meio da diplomacia parlamentar, vamos construir uma pauta que contribua para um maior adensamento dessas relações”, adiantou em resposta ao convite formulado pelo vice-ministro iraniano, para a realização de uma missão da CREDN a Teerã.
A corrente de comércio bilateral, nos últimos anos, fez do Irã o 5º maior comprador do agronegócio brasileiro, um dos principais superávits do Brasil (US$ 1,8 bilhões em 2021 e US$ 4,3 bilhões em 2022) e o maior mercado do Oriente Médio para os produtos brasileiros.
O Embaixador do Irã no Brasil, Houssein Gharibi, e o futuro Embaixador do Brasil no Irã, Eduardo Ricardo Gradilone Neto, que assumirá o cargo neste mês, também participaram do encontro.
Crédito foto: Agência Câmara e Assessoria de Imprensa CREDN