Desde 2018 no cargo, Imran Khan, deixou, neste domingo (10), a função de Primeiro Ministro do Paquistão. Khan tinha perdido a maioria no Parlamento composto por 342 deputados. A oposição precisava de 172 votos e conseguiu 174. Ele tinha prometido acabar com a corrupção e construir um “novo Paquistão” igualitário. O Supremo Tribunal impediu que Khan dissolvesse o parlamento e convocasse novas eleições. A corte considerou esta solução ilegal.
Imran Khan político de 69 anos, diz-se vítima de uma conspiração envolvendo os Estados Unidos para tirá-lo do poder. Segundo ele, potências estrangeiras “sabotaram” o seu governo devido à política externa que não aprovam. Khan citou, em especial, os laços do Paquistão com a Rússia e a China, além da posição paquistanesa na ONU.
Desde a independência do país em 1947, nunca nenhum Primeiro-ministro completou o mandato no Paquistão. Além da crise econômica e social, o país também está mergulhado numa profunda crise política. Shehbaz Sharif, líder da oposição, de 70 anos, que lidera o partido Liga Muçulmana do Paquistão, deve ser o escolhido para substituir Khan até que novas eleições sejam realizadas nos próximos seis meses.
A decisão de cancelar a moção de desconfiança e dissolver o parlamento causou descontentamento entre os partidos da oposição que culparam o governo de Khan pelo aumento da inflação, enquanto ele afirma que os líderes da oposição estavam tentando destituí-lo para manutenção de um esquema de corrupção.O Paquistão, que é uma potência nuclear com 220 milhões de pessoas, já sofreu quatro golpes militares desde a independência em 1947 e passou mais de três décadas sob o domínio do exército.