O ciclone Idai atingiu a região centro de Moçambique, o Malawi e o Zimbabué em 14 de março
Notícias ao Minuto Brasil
A vice-secretária-geral da ONU disse nesta terça-feira (02) que a comunidade internacional garantiu cerca de 11% dos 392 milhões de dólares de ajuda necessária aos países afetados pelo ciclone Idai e apelou a um reforço do apoio.
Amina Mohammed pediu à comunidade internacional que reforce a ajuda financeira a Moçambique, Zimbabué e Malawi, segundo a ONU News.
Em um discurso feito no Ecosoc – Conselho Econômico e Social, na sede das Nações Unidas, em Nova York, Estados Unidos, Mohammed lembrou que, segundo as últimas estimativas, os três países afetados pelo ciclone Idai necessitam de 392 milhões de dólares para garantir a assistência necessária às suas populações.
Mas, de acordo com a mesma responsável da ONU, foram garantidos apenas 46 milhões de dólares.
Amina Mohammed destacou que quase três semanas depois do ciclone, as necessidades “permanecem profundas” na região africana e “persistem os riscos de mais inundações, da disseminação de doenças e de perda de mais vidas”.
Segundo a responsável da ONU, “muitas áreas agora são afetadas por surtos de cólera”, com uma estimativa atual superior a mil casos.
Além disso, destacou que o ciclone destruiu milhares de casas, inundou milhares de hectares de terras agrícolas e mais de 200 mil pessoas estão desalojadas.
Mohamed homenageou os profissionais locais, nacionais e internacionais que estiveram na região “desde os primeiros momentos da crise, salvando inúmeras vidas e impedindo um resultado ainda mais devastador.”
A responsável referiu-se ao trabalho que tem sido feito pela ONU, através do Programa Mundial de Alimentação, a UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância, a Organização Mundial de Saúde e o Fundo Central de Resposta a Emergências.
Porém, considerou que a “resposta ainda está subfinanciada”, sendo necessário também assegurar que “seja expandida para as áreas rurais e comunidades”.
Ainda segundo a ONU News, aos delegados dos Estados-membros, Mohamed referiu que não basta trabalhar na fase de emergência e disse que neste momento é crucial preparar os países mais expostos para lidarem melhor com os episódios climáticos mais severos.
Por isso, propôs aos Estados-membros que aumentem a sua ambição na ação climática, “tanto na mitigação quanto na adaptação”, encorajando desde logo os países a participarem na Cimeira da Ação Climática, convocada para setembro pelo secretário-geral da ONU.
O ciclone Idai atingiu a região centro de Moçambique, o Malawi e o Zimbabué em 14 de março. O número de mortos só em Moçambique subiu hoje para 598, anunciaram as autoridades.