Como medidas de segurança, peregrinos são testados para covid-19, medem temperatura e terão que cumprir a quarentena ao final da viagem.
São Paulo – Teve início nesta quarta-feira (29) o Hajj, a peregrinação dos muçulmanos a Meca, na Arábia Saudita e um dos cinco pilares do Islã. Cerca de mil peregrinos usando máscaras circundaram a Caaba, santuário sagrado na Grande Mesquita, com distanciamento social, como pode ser visto na foto acima. Todos eles foram obrigados a fazer o teste de covid-19 antes da viagem, tiveram que medir a temperatura e foram colocados em quarentena assim que começaram a chegar a Meca. Agentes sanitários higienizaram suas bagagens e eles terão de cumprir quarentena após a peregrinação.
Uma equipe de saúde e segurança desinfetou a área ao redor da Caaba, estrutura no centro da Grande Mesquita em direção à qual os muçulmanos ao redor do mundo rezam. As autoridades do Hajj cercaram a Caaba este ano e os peregrinos não poderão tocá-la, como o faziam todos os anos, para diminuir as chances de contágio da covid-19. Eles também criaram centros de saúde, clínicas móveis e ambulâncias para cuidar dos peregrinos, que têm que usar máscaras e observar o distanciamento social.
Cada peregrino recebeu um kit com pedras esterilizadas para o ritual de apedrejamento do Jamarat, além de desinfetantes, máscaras, um tapete para reza e o ihram, a roupa branca sem costura que eles vestem durante o Hajj. Em reportagem do jornal Arab News, o diretor de segurança pública da Arábia Saudita, Khalid bin Qarar Al-Harbi, disse que “não há preocupações relacionadas à segurança nesta peregrinação, mas sim para proteger os peregrinos do perigo da pandemia”.
Os rituais do Hajj acontecem em diferentes partes da região de Meca. Na quinta-feira (30), os peregrinos vão a Arafat para ouvir o sermão, o auge do Hajj. Eles então vão para a região de Muzdalifah e passam a noite, antes de retornar a uma área chamada Mina para o ritual de Jamarat.
O Hajj é a maior peregrinação religiosa do mundo e ano passado atraiu quase 2,5 milhões de pessoas. Este ano, após meses de discussão, o governo saudita decidiu por fazer o Hajj somente com residentes do país, sejam eles sauditas ou expatriados que vivem no reino. Mesmo com a redução drástica de público, as autoridades sauditas mantêm os esforços para impedir um surto de coronavírus durante a peregrinação de cinco dias. O Hajj é uma obrigação para muçulmanos saudáveis e com condições financeiras. Ele deve ser feito pelo menos uma vez na vida.
Os dados atuais da Organização Mundial de Saúde mostram que a Arábia Saudita contabiliza 270.831 casos e 2.789 mortes por coronavírus desde o início da pandemia, um dos maiores índices da região do Golfo.