O presidente Jair Bolsonaro recebeu nesta terça-feira (24) no Palácio do Planalto o presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló. O encontro ganhou o status de visita de Estado, o mais alto oferecido pelo Itamaraty, o que não ocorreu em visitas de outros mandatários, com desfile de militares e salva de 21 tiros.
Chamado pelo presidente brasileiro de “Bolsonaro da África”, Embaló viajou a bordo de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Após uma reunião, os dois fizeram uma declaração conjunta à imprensa e prometeram aprofundar a colaboração entre os dois países. Bolsonaro também disse que pretende visitar a Guiné-Bissau assim que possível.
O Brasil e a Guiné-Bissau mantêm relações desde 1974, com destaque para as cooperações técnicas, que abrangem áreas como saúde, agricultura, educação, formação profissional e fortalecimento das instituições do Estado. Na opinião do presidente Bolsonaro, a Guiné-Bissau é uma porta de entrada para o comércio na região da África Ocidental. O intercâmbio comercial bilateral, composto, majoritariamente, de bens exportados pelo Brasil, foi de cerca de US$ 4 milhões em 2020.
Segundo Bolsonaro, durante o encontro reservado, os dois conversaram rapidamente sobre questões como agricultura, saúde e defesa. “Temos muito a colaborar com a Guiné-Bissau e eles também na questão da segurança no Atlântico Sul”, disse, contando ainda que aceitou o convite para, oportunamente, visitar o país africano.
A Guiné-Bissau é uma das nações mais pobres do planeta, ex-colônia de Portugal e um dos nove integrantes da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). O atual presidente é militar, político e graduado em Relações Internacionais. Foi eleito em dezembro de 2019 e, desde então, o país passa por uma grave crise política. A oposição afirma que a democracia está ameaçada, com violações de direitos civis e políticos e ataques aos meios de comunicação.
Fotos: Isac Nóbrega/PR